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CULTURA

Luiz Melodia embala aniversário de 429 anos

Aberto ao público, o show batizado de Estação Melodia começará às 19h, na Praça do Povo, no Espaço Cultural José Lins do Rego.

Publicado em 05/08/2014 às 6:00 | Atualizado em 04/03/2024 às 17:59

“Será como uma roda de samba descontraída, sem frescura. O que o povo pedir, eu canto”, impera Luiz Melodia sobre a sua apresentação nesta terça-feira em João Pessoa, em virtude das comemorações do aniversário de 429 anos da capital paraibana.

Aberto ao público, o show batizado de Estação Melodia começará às 19h, na Praça do Povo, no Espaço Cultural José Lins do Rego.

“Gravei em 2007 e até hoje eu estou com esse show, composto de sambas de gafieira”, conta em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA. “Mas também tem um pequeno espaço para cantar os sucessos que me consagraram como ‘Pérola negra’ e ‘Magrelinha’”.

São sambas “daquele tempo”, criados entre as décadas de 1930 e 50 e ficaram famosos nas vozes de Cartola (‘Tive sim’), Jamelão (‘Agora sou feliz’) e seu pai, Oswaldo Melodia (‘Não me quebro à toa’, ‘Linda Teresa’), além de serem religiosamente lembrados nos batuques improvisados das reuniões familiares, algo que fascinava o moleque Luiz no Estácio, na zona norte do Rio de Janeiro.

“Foi uma forma de prestar homenagem ao que ouvia desde pequeno, na voz dos meus tios e do meu pai no Morro de São Carlos”, relembra. “De sexta a domingo rolava de tudo: samba à seresta. E eu só prestava atenção”.

O cantor e compositor fala que não precisou “modernizar” com novos arranjos para cristalizar a homenagem presente no Estação Melodia. “Basta você ter bons músicos e um bom cantor”, afirma aos risos. “Tem que ter uma cadência da forma mais natural possível... e o resto é festa!”
No setlist do show haverá também espaço para inéditas como o samba-canção ‘A cura’ e ‘Nós Dois’ (em parceria com Renato Piau).

‘ZERIMA’
Não foi apenas com o Estação Melodia que Luiz volta ao gênero musical: seu mais recente disco, Zerima (Som Livre), ele revisita e apresenta sambas e outras bossas.

Além da faixa-título, dentre as inéditas compostas pelo carioca da gema estão ‘Cheia de graça’, ‘Dor de Carnaval’, que conta com a participação especial da cantora e compositora paulista Céu, ‘Sonho real’, ‘Vou com você’, ‘Caindo de bêbado’ e ‘Papai do céu’. “São mais cadenciados, próximos da bossa nova e do samba-canção”, aponta.

Nas faixas em que demonstra sua já conhecida marca de intérprete está ‘Nova era’, obra da dama do Império Serrano Dona Ivone Lara com Délcio Carvalho (1939-2013), lançada em 2004. “Eu não conhecia essa música. Só soube dela quando descobri uma vez navegando na internet”, admite Luiz Melodia.


Outros destaques são ‘Leros e leros e boleros’, do “maldito” Sérgio Sampaio (1947-1994), e a versão de ‘Maracangalha’ (Dorival Caymmi) com o rap de Mahal Reis, filho do músico.

“Não queria fazer ele em um estado natural”, explica. “Queria uma levada mais pop, por isso convidei meu filho. Procurei ter um cuidado especial com a música, mas Mahal fez mais homenagem que eu ao Caymmi”.

Um dos planos do carioca é preparar um show que gire em torno de Zerima.

Sobre o atual status do samba comparado ao passado turbulento de sua gênese, Luiz Melodia lembra que seu pai, Oswaldo, passou por isso. “Foi da marginalidade à liberdade”, analisa. “Meu pai sofreu pela pele e pelo samba”.

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Jornal da Paraíba

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