Lyra era generoso, diz Hermano José

Em um âmbito mais particular, o cofundador do CAP e artista plástico Hermano José conviveu com Lyra e o define como generoso. “Ele tinha um ateliê e deixava todo mundo ir lá ver ele pintar. Ele pintou o meu retrato, era o melhor da época. Ele era generoso, nesse sentido de ajudar os que estavam começando.

Ele não escondia segredos, o que ele sabia da pintura ele ensinava aos outros. Deixou uma contribuição às gerações novas pela condição de acreditar na mensagem da arte e querer que fosse passada aos outros. Hoje isso não é muito fácil, todo mundo é muito trancado, egoísta”, disse.

Hermano contou que conheceu Lyra em Natal, quando fez uma exposição individual composta por 30 telas. “A primeira individual que eu vi foi dele. Tinha uma variedade muito grande de estilos e assuntos e me impressionou bastante porque eu nunca tinha visto uma mostra de um só pintor”, contou.

Na opinião de Hermano, Lyra tinha mais liberdade quando pintava homens. “Talvez porque eles não tinham preocupação com penteado, com beleza”, arriscou, citando o retrato de Leon Clerot como uma obra-prima.

“Ele deu sua contribuição à arte da Paraíba quando não se valorizava nada no âmbito da arte. Ele também pintava muito bem paisagens marítimas. As praias daqui eram as mais bonitas, havia um clima romântico e pouca gente nas praias, a natureza ainda prevalecia. Hoje, quem está dominando é o concreto”, reivindicou Hermano José.