CULTURA
Marcelo Jeneci se liberta
De Graça (Slap/Natural Musical) está disponível na íntegra, em streaming, no site oficial do artista.
Publicado em 27/10/2013 às 8:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:26
Marcelo Jeneci é um romântico inveterado: "As melhores coisas da vida são de graça", filosofa o cantor e compositor paulistano, citando o título de seu segundo disco e, de quebra, resumindo o seu conceito.
De Graça (Slap/Natural Musical) está disponível na íntegra, em streaming, no site oficial do artista (www.marcelojeneci.com.br). O álbum só chega às lojas no próximo mês, em CD e em vinil, quando Jeneci dá início a uma movimentada agenda de shows.
"Achei ótimo lançar um disco desta maneira", comenta, por telefone. "É como se eu estivesse abrindo as portas da minha casa e juntando todo mundo lá pra fazer uma audição coletiva."
Não espere uma recepção pouco calorosa na "casa" de Jeneci: depois do brando Feito Pra Acabar (2010), ele se tornou um outro homem: aos 31 anos, está de vida nova, amor novo e espírito novo.
"De Graça conta a história de como eu tenho passado a vida nestes últimos anos", explica o músico. "A chegada aos 30 foi bem simbólica pra mim: trouxe a experiência de transformar um amor; trouxe amigos, farras, lisergias..."
E trouxe, de quebra, uma nova sonoridade: mais festivo, o Jeneci meio soturno que bradava, ao piano, que "a gente é feito pra acabar", agora nos convida em um quase axé: "livre-se do laço / Solte-se no espaço / Abra os braços e o coração."
"Muita gente achou que 'De graça' veio do Pará, mas para mim ela vem mesmo é da Bahia", brinca o compositor, falando sobre a faixa que deu nome ao trabalho. A canção, acompanhada dos vocais sempre afinados da inseparável Laura Lavieri, é uma das seis feitas em parceria com Isabel Lenza, que também registrou em vídeo todas as horas de gravação do álbum.
'O MELHOR DA VIDA'
Segundo Jeneci, o material vai gerar um documentário, O Melhor da Vida, que será lançado em breve: "O filme logo vai sair, mas ainda não sabemos em que mídia. Tudo indica que será naquele esquema de passar em um canal e depois jogar no YouTube", diz ele.
Será a chance de ver Jeneci no estúdio junto com o produtor Kassin e figuras como o arranjador Eumir Deodato, um dos responsáveis pelo tom grandiloquente da segunda metade do disco, onde os sintetizadores dão lugar a instrumentos como o cravo.
"O Eumir é um cara brilhante que fez uns arranjos que foram verdadeiros presentes pra mim", exulta Jeneci. "A rigor, não houve muita diferença entre tocar os sintetizadores e os cravos, por exemplo: apesar de ser um instrumento barroco, a maneira de tocar é similar."
O resultado foi um ar meio psicodélico, uma novidade na trajetória de um artista que confessa não ser um grande ouvinte do gênero: "Eu conheço pouca coisa de rock progressivo, por exemplo, mas o suficiente para notar uma certa influência."
Para os fãs mais tradicionais, Jeneci avisa: a exemplo do que aconteceu em Feito Pra Acabar, cujo encarte vinha com um ensaio fotográfico em polaróides, o novo CD também virá com uma surpresa. Um molde, em estêncil, com a frase "o melhor da vida é..."
Comentários