CULTURA
Maria Gadú apresenta show pela primeira vez em JP nesta sexta
Cantora do sucesso "Shimbalaiê" se apresenta às 20h30 desta sexta-feira (5) no Teatro de Arena, Espaço Cultural, em João Pessoa.
Publicado em 05/03/2010 às 9:27
Astier Basílio
Do Jornal da Paraíba
Quem for nesta sexta-feira (5) ao primeiro show de Maria Gadú, em João Pessoa, certamente terá história para contar. Daqui a alguns anos dirá: eu estive lá, no primeiro show dela por aqui. É sério. A moça tem só 22 anos, mas já é uma realidade na MPB.
Tem muito chão pela frente, ainda, mas, vejam o que Gadú contabiliza: elogios de estrelas da primeira grandeza, como Caetano Veloso, Milton Nascimento e João Donato; um CD já que já ganhou disco de ouro e quatro músicas suas em produções da Globo - atualmente na novela das 18h e das 20h.
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Além de tudo isso, quem diria, Maria Gadú estourou na rádio. Com uma canção chamada “Shimbalaiê”. Não se preocupe em querer descobrir o significado do título da canção, porque nem a própria autora sabe.
O mais curioso é que “Shimbalaiê”, pela vontade de Gadú, nem entraria no repertório do disco. A razão? A cantora não a suportava. Achava a canção descritiva. Achava a canção infantil. O produtor Rodrigo Vidal bateu o pé. “Quais composições você tem?” - ele insistia. Quando Gadú mostrou a música que fez aos dez anos, quando passava férias em Ilha Grande com a família, o produtor sentiu o faro do sucesso e a incluiu no disco.
Precoce como compositora, tudo na vida de Maria Gadú vem acontecendo muito rápido. Não gostava de brincar de bonecas. Desde os seis anos, tudo o que fazia era tocar e tocar. Aos oito, ganhou o primeiro violão, da madrinha. O ambiente familiar favoreceu muito. A avó, uma cantora lírica que acabou perdendo a voz, foi quem a ensinou a cantar. Não só a ensinou como enveredou a pequena Gadú pelo mundo da música clássica e, além disso, apresentou Maysa, Chiquinha Gonzaga e Adoniran Barbosa.
Foi aos 14 anos, ao lado da mãe, dona Neusa Maria Francisca, que Maria Gadú começou a cantar na noite. Por isso que o seu repertório é tão amplo e tão variado. Quem tiver a paciência de dar uma vasculhada no Youtube vai perceber o talento dela como intérprete: “Trem das Onze”, “Killing me Softly” e até - quase uma piada pronta - “Admirável Gado Novo”, em que ela estica o refrão e diz “vida de ga...du!...”.
Aliás, além de uma compositora de mão cheia (veja-se, dentre outras, a bela “Altar Particular”), Maria Gadú é mesmo uma intérprete de muito talento. E de estilo variado. Encara com a mesma seriedade “A história de Lily Braun”, de Chico Buarque, do mesmo jeito que praticamente reinventa “Baba baby”, sucesso de Kelly Key.
Parece que Gadú é da escola de Caetano Veloso que gosta de dar o seu toque especial em músicas que não fazem parte do repertório de fino trato da MPB. E ela tem mesmo aquele toque de Midas, de transformar, por exemplo, uma musiquinha de adolescente como “Quando você passa” de Sandy e Júnior.
Paulista, Maria Gadú teve sua vida artística transformada quando resolveu morar no Rio de Janeiro. É amiga de mais de dez anos dos irmãos Rafael Almeida e Tânia Mara, que se casou com Jayme Monjardim (e não custou nada a Mara apresentar ao maridão uma cantora conhecida sua, talentosa). Foi o que aconteceu. Gadú ganhou uma ponta na minissérie Maysa, interpretando “Ne Me Quitte Pas”, além de entrar na trilha da produção.
Impossível não lembrar de Cássia Éller, não pela voz, mas pela postura, que também gravou um sucesso de Piaf (“Non, je ne regrette rien”). E pensar que três anos antes, Gadú estava na Europa: um mochilão, um violão e um chapéu cantando nas ruas.
Serviço
Maria Gadú
Data: Sexta-feira (5)
Local: Teatro de Arena, no Espaço Cultural
Hora: 20h30
Preço: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada) nas lojas Furtacor
Promoção: assinantes do Jornal da Paraíba podem comprar os ingressos a R$ 20. Informações pelo telefone: (83) 2106-1863
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