Marrom mostra o lado B

Alcione fecha com chave de ouro o Extremo Cultural neste sábado, trazendo seus sucessos e a turnê de lançamento do blu-ray Duas Faces para o palco, junto ao Busto de Tamandaré, divisa entre as praias de Tambaú e Cabo Branco, em João Pessoa.

“É um projeto comemorativo, pelos meus 40 anos de carreira e, no repertório, estão alguns dos meus principais hits e standards internacionais que sempre gostei de cantar quando trabalhava na noite, como crooner, mas que nunca cheguei a gravar”, a cantora maranhense resume seu show, em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA.

A abertura será em dose dupla: ficará por conta dos cantores e compositores Diana Miranda e Gustavo Magno. A programação gratuita começa a partir das 20h.

Além da Marrom interpretar gêneros como bolero, chanson francesa, jazz, blues, bossa nova e forró, ela mostrará, também, um repertório pouco conhecido de sua carreira. “Músicas que constaram de meus álbuns anteriores, mas que jamais foram consideradas radiofônicas”, afirma. “Canções lindas que meu público conhece muito bem e gosta, porém são músicas que ficaram meio ‘escondidas’ nos meus discos, em função do sucesso de outras. O chamado ‘lado B’”.

Alcione diz que o público paraibano vai poder participar muito, cantando com ela na sua apresentação, enumerando canções como ‘Meu ébano’, ‘Mulher ideal’, ‘A loba’, ‘Faz uma loucura por mim’ e ‘Você me vira a cabeça’, entre outras.

Sobre o Estado, a cantora frisa que a Paraíba deu ao país muitos nomes e talentos da música. “Aliás, tenho uma grande amiga daí, a Elba. Uma cantora que tem uma energia, um gosto musical aprimoradíssimo e que é uma das maiores divas desse país!”
Comemorando seus 40 anos de trajetória, em 2011, a artista decidiu abrir selo próprio, a Marrom Music, para viabilizar a edição do disco em que revive o tempo em que cantava na noite carioca.

“A criação do selo fonográfico Marrom Music foi um sonho realizado, mas, para que todo sonho seja concretizado, foi necessário trabalhar muito”, conta. “E uma carreira de sucesso depende de muito suor, de muita luta, além de talento, é claro”.

VERDE E ROSA

Radicada no Rio de Janeiro desde os anos 1970, a cantora maranhense pode se considerar 'carioca da gema' pelo seu amor incondicional à Estação Primeira de Mangueira.

Mas Alcione lamenta a possibilidade de não poder estar na Sapucaí durante o Carnaval deste ano, com a Verde e Rosa.

“Apesar do lançamento da versão em blu-ray do projeto Duas Faces e dos muitos shows pelo Brasil – o que me toma muito tempo –, estou na expectativa de voltar à avenida com a minha Estação Primeira, sim. Mas, infelizmente, talvez só consiga isso no desfile das campeãs porque estarei na estrada, fazendo shows, durante todo o Carnaval”, diz confiante.

Entre os projetos para este ano, a cantora promete um novo disco, mas não revela nem mesmo o seu título. “Já estou selecionando repertório para a gravação do meu novo álbum, em março. Aí, virão a nova turnê, as viagens nacionais e internacionais. E algumas novidades que ainda não dá para adiantar. É segredo de estado”, diz aos sorrisos. “Mas logo vocês irão saber...”

ABERTURA DUPLA

Antes do show de Alcione, Gustavo Magno e Diana Miranda se apresentarão no palco do Extremo Cultural.

Nascido no Rio Grande do Norte e radicado na Paraíba, Gustavo Magno levará uma mistura mais pop rock.

O cantor e compositor trará canções de seus discos Divina Virtude e Em Terra de Cego. “Além disso, vou fazer um apanhado de músicas de Cazuza, Renato Russo, Raul Seixas e Lobão”, revela o artista, explicando que a escolha é uma “celebração da ideologia”, na crença da possibilidade do país melhorar.

Já Diana Miranda vai fazer um show de retrospectiva de seus 28 anos de trajetória dedicada à música. “Unifiquei tudo relacionado à minha carreira”, analisa. “Será um trabalho bem pop, usando elementos da música nordestina”.

Entre as homenagens, a paraibana trará sucessos de Luiz Ramalho, Jackson do Pandeiro e Dominguinhos.