CULTURA
Martinho faz seu Carnaval
Projeto Extremo Cultural traz à João Pessoa apresentação do cantor e compositor Martinho da Vila que se apresenta no Ponto de Cem Réis.
Publicado em 18/01/2013 às 6:00
“Vou aí pra fazer um Carnaval!”, afirma entre risos e com fala mansa Martinho da Vila ao JORNAL DA PARAÍBA, por telefone. O cantor e compositor se apresenta gratuitamente nesta sexta-feira, a partir das 20h, no Ponto de Cem Réis, no Centro de João Pessoa. A abertura fica por conta de Mirandinha e Pura Raiz.
“O show é baseado no 4.5 (Atual, o disco mais recente do artista, que comemora seus 45 anos de carreira). Vai ser bastante forte, bastante alegre e com muito samba. Será bem movimentado. Não dá pra fazer uma proposta nova”, conta quando indagado sobre fazer uma apresentação aberta, em praça pública como a do projeto Extremo Cultural. “Tem uma concepção um pouco diferente, mas é para fazer as pessoas se divertirem”.
Além das músicas do álbum 4.5 Atual, que resgata seu primeiro disco, lançado em 1969 e intitulado simplesmente Martinho da Vila, sucessos ao longo de sua trajetória como ‘Casa de bamba’, ‘O pequeno burguês’, ‘Canta, canta minha gente’, ‘Mulheres’, ‘Devagar, devagarinho’, ‘Na aba’, entre muitas outras. “Mas sempre fica uma ou outra de fora – graças a Deus! – porque eu tenho muitos sucessos”, avisa aos sorrisos.
Até a própria Paraíba não vai ficar de fora do repertório de Martinho da Vila. O sambista confessa que vai encaixar no repertório ‘Vai ou não vai’, canção que fala da capital do Estado feita a quatro mãos com um de seus “parceiros permanentes”, o compositor paraibano Zé Catimba: “Se tiver que ir, vou pro Nordeste / Me banhar em João Pessoa / Dar um cheiro na paraibinha / Feminina sim sinhô / Muito meiga, muito boa / Toda cheia de amor”.
Às vésperas de seu aniversário de 75 anos de vida, que serão completados no próximo dia 12, em plena folia carnavalesca carioca, Martinho está confiante na escola que leva no seu nome e no coração, a Unidos de Vila Isabel, onde ele é compositor e presidente de honra.
Este ano, o samba-enredo recebe o batismo ‘A Vila canta o Brasil celeiro do mundo - Água no feijão que chegou mais um…’. “Resumindo, é sobre a vida na roça”, afirma o artista nascido em Duas Barras, Rio de Janeiro, que compôs o samba junto com Arlindo Cruz, André Diniz, Tonico da Vila e Leonel.
SAMBABOOK
Entre as novidades de Martinho da Vila está o Sambabook, projeto que foi inaugurado o ano passado com João Nogueira.
“Consta um livro com uma biografia discográfica, um caderno de partituras que você pode tirar e usar, dois CDs e um DVD onde 24 artistas gravam canções minhas”, resume o sambista.
Entre os nomes envolvidos estão nomes como Luiz Melodia, Paulinho da Viola, João Donato, João Bosco, Zeca Baleiro, Jair Rodrigues, Ney Matogrosso, Leci Brandão e Elza Soares. “Tem até a Pitty cantando samba”, acrescenta.
No setlist, canções como ‘Quem é do mar não enjoa’, ‘Pra tudo se acabar na quarta-feira’, ‘Meu lararaiá’, ‘Menina moça’, ‘Pra que dinheiro’, ‘Tom maior’, além das participações da Bateria da Vila Isabel e os músicos da Orquestra Petrobras Sinfônica.
Assim como o de João Nogueira, o Sambabook Martinho da Vila deverá ter aplicativos para smartphones e tablets no seu lançamento, que tem previsão de chegar às lojas no mês de abril. O projeto mantém também um site oficial.
Autor de 10 livros, o cantor e compositor vai assinar mais uma obra que deverá ser lançada ainda este semestre. “Está pronto pra sair – já está ‘no prelo’, como dizem – um livro infanto-juvenil chamado O Nascimento do Samba, que explica aos jovens o seu nascimento”.
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