CULTURA
Max Viana lança terceiro disco solo
Viana passeia pelos ritmos que, segundo ele, engrossam o caldo de sua formação como músico, cantor e compositor .
Publicado em 30/10/2011 às 6:30
Samba, bossa e tudo aquilo que pode levar a marca da boa e velha MPB. Em seu terceiro disco solo, Um Quadro de Nós Dois (Biscoito Fino, a partir de R$ 21,90), Max Viana passeia pelos ritmos que, segundo ele, engrossam o caldo de sua formação como músico, cantor e compositor .
"Eu me formei nesta variedade de ritmos", conta Max, filho do também colega de ofício Djavan. "Além do mais, o português é uma língua que já tem este tipo de musicalidade cheia de acentos. Uma das coisas de que mais tenho orgulho é ser músico e me alimentar da cultura brasileira", completa Max.
Dispensando a tutela do pai no álbum, o intérprete desfruta da própria escolta como letrista e divide seu quinhão com nomes como Jorge Vercilo, Lula Queiroga e Dudu Falcão.
"São todos compositores parceiros em músicas. Gente de que sou muito fã e que fizeram a curtição que foi gravar este CD", elogia o jovem.
Fora a faixa 'O melhor vai começar', de Guilherme Arantes, todos os registros têm o dedo de Max Viana, que pareou o microfone com Alcione em uma canção feita em parceria com Arlindo Cruz, 'É hora de fazer verão'.
"Foi um luxo ter Alcione cantando uma composição minha", diz ele, que não se incomoda com o peso da responsabilide que a associação com a 'Marrom' ou com Djavan imprime em seu trabalho.
"Pessoalmente, nunca foi um desafio ter que lidar com a influência de meu pai, por exemplo. A gente discorda em algumas coisas, mas acho que, por já ter trabalhado com ele, resolvemos tudo muito bem", garante. "Provavelmente, não teríamos jamais trabalhado juntos se não houvesse essa discordância. Todo músico quer uma troca sincera e colaborativa".
PAI CORUJA
Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, Djavan teve a oportunidade de falar um pouco também sobre a carreira do rebento: "O Max é uma pessoa muito musical. Ele canta bem, compõe muito bem. Tem futuro”, orgulhou-se Djavan.
“Acho que a grande lição que eu dei para os meus filhos, de maneira geral, foi que a pessoa, para enveredar pela música, não precisa ser virtuoso, mas não pode ter dificuldade para absorver mais de uma identidade musical. A diversidade musical foi minha grande contribuição”, comentou, ratificando as palavras iniciais de Max. “Minha mão nesse trabalho é uma coisa muito subliminar. Ele entra no estúdio e faz a coisa sozinho”.
Diante da atual movimentação do mercado fonógrafico que, depois de abrir os ouvidos para as novas vozes femininas da MPB, começam a ir à cata das masculinas, Max Viana se mostra bastante consciente.
"O mercado tem regras próprias e a verdade é que ninguém sabe o segredo do sucesso. Porém, acho que toda essa movimentação é uma das circunstâncias do mercado", sublinha.
E acrescenta: "Não concordo com isso de que só agora o mercado está prestando atenção nas vozes masculinas. Os espaços comerciais podem ter sido mais ocupados pelas vozes femininas, mas as masculinas sempre estiveram lá também. Prova disso são artistas como Marcos Sacramento, Pedro Mariano, Simoninha, Zé Ricardo, Cláudio Lyra e o próprio Jorge Vercilo", enumera Max Viana, um inventário de referências.
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