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CULTURA

Meryl Streep consagrada e a maldição de Brown

Indicados para a categoria de melhor canção original, Carlinhos Brown e Sérgio Mendes, ficam em segundo lugar.

Publicado em 28/02/2012 às 6:30

A plateia estava com o sorriso amarelo com as piadas de um enferrujado Billy Cristal na sua nona vez ciceroniano da festa do Oscar. Não parecia aquele comediante de antes, que obrigava Jack Palance a puxar um Oscar gigante com ele em cima ou aparecer amordaçado como o temível Hannibal Lecter.

Durante a premiação não houve surpresas para os favoritos nas categorias principais. Apesar de Viola Davis (Histórias Cruzadas) ameaçar estragar a festa da 'Dama de Ferro' Meryl Streep, a atriz se consagrou com seu terceiro Oscar, depois de quase 30 anos, quando atuou no drama A Escolha de Sofia. "Eu sei que nunca mais vou estar aqui neste palco...", desabafou com um sorriso nervoso antes dos agradecimentos.

No rol dos coadjuvantes, o veterano de 82 anos Christopher Plummer ganhou pela primeira vez a estatueta dourada pela sua atuação de um pai que assume a sua homossexualidade em Toda Forma de Amor. "Você é apenas dois anos mais velho que eu, querido. Onde esteve toda a minha vida?", perguntou ao seu próprio prêmio.

A companheira de elenco da Viola Davis em Histórias Cruzadas, a coadjuvante Octavia Spencer, confirmou seu favoritismo de outras premiações e levou o único Oscar do drama.

O troféu de 'consolação' também foi para Alexandre Payne, que assinou a adaptação de Os Descendentes, confirmando que as produções 'indies' como Preciosa e Sideways (do próprio Payne) geralmente ganham nessa categoria. Woody Allen, colecionando a 15ª indicação como roteirista, ganhou seu terceiro Oscar por Meia-Noite em Paris e, habitualmente, não compareceu à cerimônia. O realizador não ganhava desde 1987 (laureado por Hannah e Suas Irmãs) e desde Match Point, em 2006, não era indicado na categoria.

Com As Aventuras de Tintim fora do páreo, já que a Academia não 'credencia' a captura de movimentos como animação, o longa Rango foi o vencedor. "Me perguntaram se Rango era um filme para crianças. Eu não sei. O que eu sei é que é um filme feito por um monte de adultos se comportando como crianças", brincou o diretor Gore Verbinski em seu agradecimento.

O iraniano A Separação, que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim do ano passado cercado de polêmica por ter sido supostamente um reconhecimento político, ganhou como Melhor Filme em Língua Estrangeira.

A categoria mais esperada no Brasil era a de Melhor Canção Original, com o "Real Rio" de Carlinhos Brown e Sergio Mendes (com letra de Siedah Garrett) na disputa. A música perdeu para seu único concorrente, Os Muppets, famosos e 'queridinhos' da América.

Dizem as más línguas que o Brown foi vítima de sua própria 'maldição', um texto viral que percorre pela internet enumerando as 'teorias conspiratórias' que dão errado com a presença do músico baiano.

" Não foi dessa vez, mas valeu muito! É uma honra estar aqui representando o Brasil", colocou no Twitter. "É maravilhoso ser um indicado e, ainda por cima, vice."

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Jornal da Paraíba

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