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CULTURA

Metamorfose que não morre

Raul Seixas completaria 70 anos de idade neste domingo; amigo e fundador do primeiro fã-clube oficial relembra o 'Maluco beleza'

Publicado em 28/06/2015 às 14:00 | Atualizado em 07/02/2024 às 15:12

“Toca Raul!”. A frase viajou não só o Brasil, mas o mundo nos gritos das plateias nos shows musicais. Neste domingo, Raul Seixas (1945-1989) – também chamado 'pai do rock brasileiro', Maluco Beleza, Raulzito e tantos outros batismos – completaria 70 anos.
Um garoto que nasceu em Salvador ao som e sacolejo de Elvis (chegou até a montar um fã-clube do 'Rei do rock' com o amigo Waldir Serrão), Raul deixou uma legião de fãs e músicas como 'Metamorfose ambulante', 'Gita', 'Tente outra vez', 'Cowboy fora da lei', 'Medo da chuva', 'Maluco beleza' e tantas outras continuam no consciente coletivo (confira, abaixo, um levantamento inédito do Ecad sobre as músicas mais tocadas e regravadas nos últimos anos).
O paulistano Sylvio Passos vai além de ser um fã de Raul. Fundou, em São Paulo, o primeiro fã-clube oficial do cantor e compositor em 1981 – o Raul Rock Club –, com todas as bênçãos do artista.
“Quando falei com Raul que queria montar um fã-clube, ele não acreditou. Me chamou pra almoçar, fomos pra uma festa e dali foi oito anos de uma amizade intensa e convivência diária”, relembra Passos. “Ele meio que me adotou, tinha 17 anos na época e era como um mascote da turma. Raul chegava a deixar todo o cachê comigo pra guardar enquanto fazia o show”.
O fundador destaca que o Raul Rock Club (www.raulsseixas.wordpress.com) não é um fã-clube convencional – “do tipo 'Ai! Como ele é lindo!'” –, onde o trabalho de preservação da memória do artista continue quando ele não estivesse mais aqui. E o próprio Raul foi informado disso, segundo Passos.
“Somos o anti-fã-clube, um fã-clube iconoclasta, contra a idolatria, podemos dizer assim, mesmo sabendo o quanto isso soa contraditório”, afirma.
DIRIGIR O DIRETOR
“Raul é um personagem que não terminou ainda”, afirmou o paraibano Walter Carvalho quando lançou o documentário Raul - O Início, o Fim e o Meio no final de 2011, durante a 5ª edição do Fest Aruanda, em João Pessoa. “Minha vontade de entender o mito coube em duas horas”.
Sylvio Passos foi chamado para ser o consultor do longa-metragem. “Eu dirigi o diretor”, comenta. “Ele tinha o conhecimento básico. O conhecimento profundo sobre o Raul foi adquirido durante o processo e ele se maravilhou”.
Passos discerne que O Início, o Fim e o Meio não é o filme definitivo sobre Raul Seixas e, como o próprio, agradou e desagradou muitos fãs. “É um filme que tem a ótica do diretor se aprofundando no universo do Raul”, conceitua.
Ainda um projeto que está maturando, Sylvio Passos será novamente o consultor de mais uma produção sobre seu ídolo e amigo, agora no campo da ficção. O diretor, inclusive, ainda será escolhido. “Pra contar os 44 anos de vida de Raul – com passagens por São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Estados Unidos – precisa de pelo menos uns três anos”.
Com oito anos de convivência com o músico, Sylvio observava o conflito entre o criador no cotidiano e a criatura dos palcos e holofotes.
“Eram duas pessoas: o Raul Seixas no palco era um artista, que se travestia de mago, de judas e processava toda essa loucura. Ele era a própria 'Metamorfose ambulante', não tem uma definição melhor”, analisa. “Fora dos palcos, era um cidadão com suas virtudes e seus defeitos, mas com um coração enorme, extremamente inteligente e preocupado em ajudar as pessoas”, resume.
Outro projeto do criador e diretor do Raul Rock Club é fazer um memorial para as próximas gerações do “Toca Raul!”. Sylvio Passos acumula mais de três mil peças entre documentos, fotografias, passaportes, manuscritos e “o que você puder imaginar”. O primeiro violão que Raul tocou na vida e o pijama que ele vestia quando foi encontrado morto fazem parte do acervo.
“O que morreu foi o cidadão, o artista não morre. Jesus Cristo não morreu, quem morreu foi o 'homem'. Eles continuam. Quando uma ou duas pessoas ainda estiverem ouvindo Raul, ele não morre nunca”.

As dez músicas mais executadas
de Raul Seixas (entre 2010-2014)*:

1 - 'Maluco beleza' (Claudio Roberto/Raul Seixas)
2 - 'Tente outra vez' (Paulo Coelho/Marcelo Motta/Raul Seixas)
3 - 'Metamorfose ambulante' (Raul Seixas)
4 - 'Aluga-se' (Claudio Roberto/Raul Seixas)
5 - 'Gita' (Paulo Coelho/Raul Seixas)
6 - 'Medo da chuva' (Paulo Coelho/Raul Seixas)
7 - 'Cowboy fora da lei' (Claudio Roberto/Raul Seixas)
8 - 'O carimbador maluco' (Raul Seixas)
9 - 'Eu nasci há dez mil anos atrás' (Paulo Coelho/Raul Seixas)
10 - 'Ainda queima a esperança' (Mauro Motta/Raul Seixas)

(*) Segmentos: casas de diversão, casas de festas, música ao vivo, rádios e shows


As dez obras mais regravadas de Raul:

1 - 'Medo da chuva'
2 - 'Gita'
3 - 'Se ainda existe amor'
4 - 'Maluco beleza'
5 - 'Metamorfose ambulante'
6 - 'Ainda queima a esperança'
7 - 'Tente outra vez'
8 - 'Como vovó já dizia'
9 - 'O trem das setembro'
10 - 'Cowboy fora da lei'

Fonte: Ecad

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Jornal da Paraíba

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