CULTURA
'Meu objetivo foi transmitir sensações', revela diretor de 'A Noite Amarela'
Filme chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (10).
Publicado em 08/10/2019 às 9:39 | Atualizado em 08/10/2019 às 17:02
"Como a gente faz um 'coming of age' hoje? Como a gente chega à fase adulta em um momento onde nada faz sentido?". É dessa forma que o diretor do filme paraibano 'A Noite Amarela', Ramon Porto Mota, questiona o público durante a sessão especial do filme para a imprensa. "Mais do que contar uma história, meu objetivo foi transmitir sensações", revelou. 'A Noite Amarela' estreia nos cinemas paraibanos na quinta-feira (10).
O diretor contou que o filme é sobre o mal estar em que a gente vive hoje. "Como a gente vive num mundo que a gente não faz ideia do que está acontecendo?", questionou. Ele próprio afirmou que essa visão pessimista é baseada na visão dele e do co-roteirista Jhésus Tribuzi. Apesar de fatalista, o roteiro é uma colcha de retalhos de histórias dos roteiristas e de todos da equipe, inclusive contendo memórias da infância de Ramon.
História em tempo mítico
A produção é marcada pela música "Me perco nesse tempo", das Mercenárias, banda de metal brasileira dos anos 1980. Assim como conta a letra, o roteiro segue uma linha de tempo própria. “O filme se passa num tempo mítico”, disse Ramon. “O tempo do filme não é cronológica. O filme se repete, se amontoa, ele vai para frente, vai para trás”, completou exaltando o fato do filme não seguir uma lógica cartesiana. Além da música tema, a trilha sonora original é de extrema importância para guiar o espectador pelos acontecimentos da trama.
Outra marca de 'A Noite Amarela' é a iluminação que, em muitos momentos, nem aparece. A escolha do diretor foi inspirada em filmes do cinema noir de 1940, onde se tinha muito som e pouca luz. Naquela época, a tecnologia era limitada. Na produção paraibana, a ideia foi apagar toda a iluminação das praias. Dessa forma, a produção conseguiu transformar o Conde num cenário de terror.
O filme foi todo rodado na Paraíba, mais especificamente em Campina Grande, Conde e Cabedelo. Com um final aberto, Ramon deixa para o espectador decidir qual é a conclusão dos personagens.
Sinopse
Um grupo de amigos viaja até uma casa de praia, situada em uma pequena ilha do nordeste brasileiro, para celebrar o fim do ensino médio. Na medida em que o tempo passa, as brincadeiras e festas são gradativamente interrompidas pela sensação de que aquele lugar abriga um horror insondável; uma profunda estranheza os espreita através dos limites da percepção humana, enquanto uma morte colossal, silenciosa e arrepiante os aguarda.
Estreia nacional e internacional
O filme teve sua estreia mundial no 48º Festival Internacional de Cinema de Roterdã e também foi exibido no 16º IndieLisboa, Olhar de Cinema ‘19, 14ª Mostra Cinema Conquista, 19º New Horizons IFF, 9º CineFantasy, CineBH - 13ª Mostra de Cinema de Belo Horizonte e
4º Brooklyn Horror Fest.
No Brasil, o lançamento acontece nesta quinta-feira (10), no CineSercla, em Campina Grande, às 20h20. Na ocasião, a equipe vai estar disponível para um debate com os espectadores. Em João Pessoa, esse debate acontece no dia 15 de outubro, no Cine Banguê, às 19h.
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