Mimo 2012 vem aí

A partir de 2009, João Pessoa começou a receber um generoso pedaço da Mostra Internacional de Música de Olinda, a Mimo, que já fez reverberar nas belas igrejas da nossa capital música divina executada por renomados músicos nacionais e internacionais do gabarito de Didier Lockwood, Duofel e da dobradinha Ballaké Sissoko e Vincent Segal.

Programada para os dias 6, 7 e 8 de setembro em João Pessoa, a Mimo 2012 traz, desta vez, o venerado contrabaixista Richard Bona, o vanguardista quarteto de música clássica Borromeu e o projeto paulista Coisa Fina, dedicado à obra de Moacir Santos (1926-2006). Todas as apresentações são gratuitas.

Nascido em Camarões, na África, Richard Bona se tornou um dos grandes contrabaixistas do mundo. Já excursionou com Herbie Hancock, Chick Corea, George Benson e Brandford Marsalis. Sobe ao palco do teatro Santa Roza – que pela primeira vez entra no circuito – no dia 6, às 20h, acompanhado do violonista francês Sylvain Luc e do brasileiro Marcos Suzano.

Com elogios rasgados no New York Times, o quarteto norte-americano Borromeu desembarca na Paraíba com música clássica e laptops. "O barato desse quarteto é que eles usam tecnologia com repertório de música erudita e contemporânea. Eles usam pedais para amplificar as músicas e as partituras são todas no computador", comenta a idealizadora e diretora artística da Mimo, a carioca Lu Araújo, por telefone.

Por fim, mas não menos importante, chega por aqui o projeto Coisa Fina. Criado em 2005, foi a sensação da Mimo 2011 em Olinda, e desta vez faz ecoar o esplendoroso legado de Moacir Santos na Igreja São Frei Pedro Gonçalves, no dia 8, às 20h. “É uma big band de São Paulo só com músicos feras tocando Moacir Santos, que é maravilhoso”, explica Lu Araújo.

A diretora da Mimo comemora a entrada do teatro Santa Roza no roteiro do evento, que dialoga com o patrimônio histórico das cidades onde acontece. "É um sonho antigo", revela. "E quem vai se apresentar nesse teatro lindo que vocês têm aí é esse fabuloso baixista de jazz, o Richard Bona”.

E tanto Bona, quanto integrantes do Borromeu e do Coisa Fina irão ministrar oficinas na UFPB, em João Pessoa, também de graça. Mais detalhes pelo site www.mimo.art.br.

RUMO A MINAS
Este ano, a Mimo passa a acontecer, também, em Ouro Preto (MG). É a quarta cidade a ser incorporada ao projeto que teve início em 2004, em Olinda. “Em Ouro Preto, a programação é mais focada na música brasileira, embora não deixe de contar com atrações internacionais”, comenta Araújo.

Ouro Preto recebe a mostra de música entre 30 de agosto e 2 de setembro, com atrações do naipe de Tom Zé, Egberto Gismonti e Hamilton de Holanda, além do citado Richard Bona. “Queremos inaugurar uma nova vertente em Ouro Preto, que ainda vamos levar aí para Olinda e João Pessoa, que é a questão do pensamento, das visões da arte no mundo contemporâneo”. Sob esse prisma, a Mimo de Ouro Preto vai receber Jards Macalé, o fotógrafo Zeka Araújo, o jornalista Mario Abbade e o maestro Edino Krieger.

Em Pernambuco, onde a Mimo acontece em Olinda e Recife, a programação começa no dia 3 de setembro. Entre os concertos, a grande atração é o encontro do cubano Chuchu Valdés com o brasileiro Egberto Gismonti. Valdés e Gismonti antecipam, no dia 8 o encontro marcado para dezembro no Carnegie Hall.