CULTURA
Mineira lança bom disco de 'inversões'
Regina Souza canta standards em português e música brasileira em outras línguas.
Publicado em 27/01/2015 às 15:04 | Atualizado em 27/02/2024 às 18:14
Dividindo seu tempo entre estúdio, shows e teatro, a cantora e atriz Regina Souza embarcou em uma proposta que resultou num bom disco: Inversões (independente, com distribuição digital da Biscoito Fino) recria, em português, standards americanos e, noutra mão, clássicos brasileiros em outras línguas, arranjados com esmero por Rodrigo Campello (produtor de muitos discos de Roberta Sá).
A ideia de lançar um disco de versões e ‘inversões’ – como se refere às canções brasileiras vertidas em outro idioma – partiu do diretor artístico do trabalho, Pedrinho Alves Madeira, que a viu cantar uma versão de ‘Blue moon’, com letra em português de Rita Lee.
Da ideia surgiu o show e, deste, o disco que traz 12 faixas, nove delas originalmente em inglês, extraídas do cancioneiro norte-americano entre os anos 1930 e 1950. Estão lá não só ‘Blue moon’ em português, como versões para Cole Porter (‘I’t de-lovely’, com letra adaptada por Carlos Rennó, e ‘Begin the begin’) e Arthur Hamilton (‘Cry me a river’, que virou ‘Como um rio’, na adaptação de Nelson Motta).
O repertório ainda comporta um animado ‘Oh! Que dia tão feliz!’, versão atualizada e pra lá de ensolarada para ‘It’s a hap-hap happy day’, do clássico As Viagens de Gulliver (1939). Já ‘Crazy he calls me’, famosa na voz de Billie Holyday, virou a bossa nova ‘Louca me chamam’, com letra do poeta Augusto Campos.
Mesclado às versões, as ‘inversões’ funcionam bem. De Chico Buarque, a cantora escolheu regravar ‘Samba e amor’ na versão em italiano que o autor registrou em Per Un Pugno Di Samba (1970), em arranjos fiéis aos do mestre Ennio Morricone.
O clássico samba ‘Não me diga adeus’, de Paquito, Luiz Soberano e João Correa da Silva, cujo rol de intérpretes inclui Aracy de almeida, Elizeth Cardoso e Maria Creuza, se transformou no tango ‘No me digas adiós’, enquanto ‘Chovendo na roseira’, de Jobim, deu origem a ‘Rome’, versão em francês assinada por Eddy Marnay (cujas músicas foram interpretadas por Édith Piaf, Céline Dion etc.) fechando com brilho repertório nobre.
Comentários