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CULTURA

Morre aos 87 anos nobel de literatura Gabriel García Márquez

Escritor colombiano lutava contra a reincidência de um câncer.

Publicado em 18/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 10/03/2023 às 14:32

Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1982, García Márquez foi um dos principais nomes da literatura latino-americana no século 20. Publicou livros que se tornaram célebres, como "Cem Anos de Solidão" (1967), "Ninguém Escreve ao Coronel" (1961), "Crônica de uma Morte Anunciada" (1981) e "O Amor nos Tempos do Cólera" (1985).

García Márquez fez parte, ao lado do peruano Mario Vargas Llosa, dos argentinos Julio Cortázar e Jorge Luis Borges, do cubano Alejo Carpentier e do mexicano Carlos Fuentes, do movimento literário que ficou conhecido como boom latino-americano.

Os livros do grupo, que alcançaram vasta repercussão na Europa nos anos 1960 e 1970, tinham em comum a experimentação da linguagem, o diálogo com o gênero do realismo mágico, a reflexão sobre os rumos políticos e sociais da América Latina. O escritor colombiano, porém, por vezes questionou a classificação de 'realismo mágico ou fantástico'. "É só realismo. A realidade é que é mágica. Não invento nada. Não há uma linha nos meus livros que não seja realidade. Não tenho imaginação."

García Márquez nasceu em 6 de março de 1927 em Aracataca, na Colômbia, filho de Gabriel Eligio García e de Luisa Santiaga Márquez. O relacionamento dos pais serviu de mote ao romance "O Amor nos Tempos do Cólera".

Com 2 anos, o escritor foi morar com os avós maternos, responsáveis por incutir no garoto o gosto por contar histórias. O avô, o coronel Nicolas Márquez, veterano da Guerra Civil Colombiana (1899-1902), narrava suas aventuras militares, e a avó Tranquilina Iguarán de Márquez, fábulas e lendas. García Márquez retirou dali, décadas depois, a inspiração para "Cem Anos de Solidão".Em 1936, o garoto foi morar em Barranquilla, onde seu pai era proprietário de uma farmácia.

JORNALISMO E CINEMA

Por insistência dos pais, García Márquez iniciou o curso de direito em Bogotá no final dos anos 1940, mas nunca se graduou. Logo enveredou pelo jornalismo, seu ganha pão durante anos, assumindo uma coluna no jornal "El Universal".

Em 1954, consagrou-se no jornalismo ao trabalhar como repórter e crítico de cinema de "El Espectador", passando a exercer influência na vida cultural do país. No final da década tornou-se correspondente na Europa e, mais tarde, na Venezuela e nos Estados Unidos.

A carreira literária de García Márquez tomou impulso no começo dos anos 1960, com a publicação de "Ninguém Escreve ao Coronel" (1961) e "O Veneno da Madrugada" (1962).

OBRA-PRIMA

Ele morava na Cidade do México quando escreveu sua obra-prima, "Cem Anos de Solidão" (1967). A saga de sucessivas gerações da família Buendía na fictícia aldeia Macondo simbolizava a truculência e os impasses da América Latina.

A exuberância estilística de García Márquez é evidente desde a primeira frase do romance, presença obrigatória em qualquer lista de aberturas romanescas memoráveis. 'Cem Anos de Solidão' já vendeu até hoje cerca de 30 milhões de exemplares.

Durante o 4º Congresso Internacional da Língua Espanhola, realizado em Cartagena, na Colômbia, em março de 2007, foi considerado a segundo livro mais importante de toda a literatura hispânica, ficando apenas atrás de "Dom Quixote", de Miguel de Cervantes.

Com o sucesso da obra, García Márquez mudou-se para Barcelona (Espanha), onde permaneceu até 1975. Até 1981, dividiu seu tempo entre a Bogotá e a Cidade do México. Depois disso, pediu asilo na Embaixada do México e fixou-se no país.

Alegou que abandonou a Colômbia por ver seu nome envolvido na investigação sobre um grupo guerrilheiro.

García Márquez deixa a mulher, Mercedes, com quem era casado desde 1958, e dois filhos, Gonzalo e o cineasta Rodrigo García.

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Jornal da Paraíba

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