CULTURA
Morre aos 92 anos o artista plástico paraibano Hermano José
Velório do artista está previsto para acontecer no cemitério Morada da Paz, na capital; Hermano estava internado no Hospital Samaritano.
Publicado em 21/05/2015 às 20:38
Morreu por volta das 17h40 desta quinta-feira (21), em João Pessoa, o artista plástico e ativista cultural paraibano Hermano José. Hermano José tinha 92 anos e estava internado no Hospital Samaritano, no bairro da Torre e de acordo com a unidade de saúde apresentava problemas de pressão e comprometimento renal.
O velório do artista está previsto para acontecer no cemitério Morada da Paz, na capital. Nascido em Serraria, Brejo da Paraíba, no ano da Semana de Arte Moderna, o paraibano completou nove décadas de vida dedicadas à arte no dia 15 de julho de 2012. Hermano se mudou para João Pessoa no começo dos anos 1930, aos 11 anos, e sua paixão à primeira vista foi a barreira do Cabo Branco. Por isso, ele não parou de pintá-la até 1956, quando se mudou para o Rio de Janeiro.
No Rio, ele acolheu artistas pupilos que carregam seus ensinamentos, a exemplo dos conterrâneos Miguel dos Santos e Flavio Tavares. Viu o Museu de Arte Moderna (MAM) nascendo, em 1948, e se envolveu em um novo ofício: as gravuras em metal, por meio do qual conquistou o mundo. Uma dessas obras faz parte do acervo do Museu Metropolitano de Nova York, nos Estados Unidos.
Em entrevista concedida ao JORNAL DA PARAÍBA em 2012, quando completou 90 anos, o artista considerou a sua pintura na década de 1950 – quando não sabe quantas vezes retratou a falésia do Cabo Branco – e as gravuras metálicas nos anos 1960 como sendo suas melhores fases artísticas.
Na sua trajetória, Hermano José representou as alamedas do Centro Histórico, o vesúvio das depressões naturais, o bucolismo dos engenhos, a mágica circense, entre tantos outros elementos. Militante da preservação ecológica do Cabo Branco, Hermano temia que os lugares explorados turisticamente, como a Praia do Jacaré, perdessem suas características naturais ao longo do tempo.
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