Morre em Recife o escultor, desenhista e gravurista Abelardo da Hora

Morreu na manhã desta terça-feira (23), em Recife, o desenhista, gravurista, ceramista e escultor Abelardo da Hora. Ele tinha 90 anos – completados em 31 de julho - e morreu em decorrência de um edema pulmonar. De acordo com Diário de Pernambuco, o artista plástico – um dos maiores importantes do país – estava internado em um hospital da cidade há mais de 15 dias para tratar problemas respiratórios.

Por João Pessoa, é possível encontrar obras do artista pernambucano - natural de São Lourenço da Mata - em vários pontos de João Pessoa: nos jardins da Rede Paraíba de Comunicação, em Tambiá; na Estação Cabo Branco, no Altiplano, e na Residência Feminina da UFPB, no Centro da cidade, onde está instalada sua obra mais antiga no âmbito da Paraíba, um mural instalado em 1956, que acabou por inspirar outro mural, feito em um hospital no município de Paulista (PE).

Em 2010, a Estação Cabo Branco recebeu a exposição 'Amor e Solidariedade', com mais de 100 obras de Abelardo da Hora, entre elas a famosa ‘Hiroshima’ - um libelo contra o holocausto nuclear -, ‘A Cabeça do Nego Sabino’, ‘As Mulheres’ e ‘Menino do Pirulito, Meninos do Recife.

"Eu me sinto muito grato com a acolhida das minhas peças pelos paraibanos”, disse o artista ao Jornal da Paraíba, na época.

No ano seguinte, a prefeitura de João Pessoa anunciou a aquisição de duas dessas obras para o acervo permanente da instituição: ‘Mulher na Rede’ e ‘Mulher de Pernas Dobradas’. Ambas estão expostas no espelho d’água e nos jardins da Estação, respectivamente.

A relação com a Paraíba não era apenas nas artes. Abelardo foi casado com uma paraibana, Margarida Lucena, que morreu em 2010. Em entrevista ao Jornal da Paraíba, em 2011, ele revelou que o casal se conheceu em 1948, data da primeira exposição individual do artista.