Nação Zumbi lança CD e DVD ao vivo

Pouco mais de dois anos separa a gravação do novo DVD da Nação Zumbi de seu lançamento. Entre um e outro, a banda mais importante da música pernambucana na atualidade fez 20 anos.

Com um histórico de sete discos (dois deles com o saudoso Chico Science) e a importância de ter protagonizado, ao lado da Mundo Livre s/a, o revolucionário manguebeat, o grupo lança, este mês, Ao Vivo no Recife (Deck Disc), registro que sai tanto em CD, quanto em DVD.

Um time de notáveis jogando em casa, numa cidade que valoriza tanto seu futebol, quanto sua cultura de raiz. Não foi à toa que a Nação Zumbi reuniu 80 mil pessoas no Marco Zero, Centro Histórico da capital pernambucana, naquela noite de dezembro de 2009, para a gravação do segundo DVD da carreira.

Lúcio Maia, guitarrista do grupo, comenta com JORNAL DA PARAÍBA, por telefone, que entraves burocráticos atrasaram o lançamento do CD/DVD. E o prejuízo não ficou por aí. Das 22 faixas que a Nação apresentou naquela noite, só 15 foram aproveitadas para o lançamento, porque além da burocracia, a gravação ainda contou com problemas técnicos. “Na época, estávamos trocando de escritório e isso acabou gerando muita burocracia e atrasando o lançamento”, explica.

O resultado, no entanto, dá a dimensão da popularidade da Nação junto ao seu público, que corresponde com devoção ao show gravado ao ar livre. “Recife foi onde nossa história começou e os fãs entenderam nossa mensagem desde cedo”, avalia o guitarrista. “Então fizemos aquele show para captar a energia, o orgulho do povo pernambucano para com a Nação Zumbi, o que ela representa e aonde ela chegou”.

Com show pontuado pelo final da turnê ‘Fome de Tudo’ (disco lançado em 2007), a Nação faz um retrospecto da carreira. “Embora estivéssemos na turnê ‘Fome de Tudo’, a gente optou por fazer um levantamento dos nossos discos e foi difícil escolher o repertório, porque a gente gravou muita coisa”, comenta.

O repertório, enxuto, é dividido basicamente entre Fome de Tudo, de onde saíram quatro números do Ao Vivo, e os clássicos Da Lama ao Caos (três) e Afrociberdelia (quatro). No meio, ‘Hoje, amanhã e depois’ (Futura) e ‘Jornal da morte’ (Rádio S.Amb.A.).

Coroam o set list duas músicas que a Nação gravou para a trilha do filme Besouro (2009): ‘Cordão de ouro’ e ‘Trincheira da Fuloresta’, esta última com a gloriosa participação de Siba e a Fuloresta.

Além da turma de Nazaré da Mata, a Nação Zumbi recebeu outros três convidados ilustres: o conterrâneo Fred 04 divide os vocais de ‘Rios, pontes e overdrives’, dele com Chico Science.

Arnaldo Antunes chega junto em ‘Antene-se’, proclamando-se ‘mangueboy...’ e os Paralamas do Sucesso encerram o show com ‘Manguetown’.