CULTURA
Nacionais invadem tevê paga
De acordo com levantamento recente da Ancine dobrou a quantidade de horas de exibição de conteúdo brasileiro
Publicado em 27/10/2013 às 8:00
Se ainda não percebeu, o espectador menos atento deve notar que, cada vez mais, a TV paga anda exibindo séries de ficção com elenco nacional. O aumento pode ser mensurado e explicado. De acordo com levantamento recente da Ancine (Agência Nacional do Cinema), dobrou a quantidade de horas de exibição de conteúdo brasileiro no ano passado e a tendência é que o número de produções só aumente. A mudança se deve à lei federal 12.485, que garante cotas de exibição de conteúdo nacional na TV por assinatura.
Praticamente todo mês um canal coloca nova série no ar. A Fox, por exemplo, acabou de estrear ‘Se eu Fosse Você’, protagonizada por Heitor Martinez e Paloma Duarte, que mostra as aventuras de Clarice (Paloma) e Heitor (Martinez) depois que ambos trocam de corpo, assim como acontece no filme ‘Se Eu Fosse Você’.
Já o Multishow está investindo em ‘De Volta pra Pista’, que estreou no dia 18, com Daniele Valente no papel de uma mulher que se separa do marido e quer arrumar um namorado.
O canal lança, ainda, a segunda temporada de ‘Meu Passado Me Condena’ (que estreia quarta-feira), com Miá Mello e Fábio Porchat na pele de um jovem casal apaixonado. E estes são apenas alguns exemplos das muitas produções nacionais que devem estrear até o final do ano. Em 2014, obviamente, novos lançamentos estão previstos.
“Com a Lei, aos poucos, a ideia é que se veja também um pouco de conteúdo com sotaque local nos canais e mais influência da cultura brasileira nas produções”, analisa Andrea Barata Ribeiro, produtora e sócia da 02 Filmes. Criada em setembro de 2011, a Lei 12.485 garante cotas de exibição de conteúdo nacional na TV por assinatura, entre outras medidas benéficas ao setor. Desde o mês passado, os canais em operação no País, exceto TV aberta, esportivos e jornalísticos, têm de exibir três horas e 30 minutos de programação nacional por semana, em horário nobre. O valor, que era de uma hora e dez minutos, em 2011, foi sendo ajustado anualmente pela Lei, para que os canais pudessem se adaptar e chegar ao máximo em 2013.
Ainda de acordo a nova regulamentação da TV paga, metade desse conteúdo tem de ser produzido por produtoras independentes brasileiras. “É a área mais beneficiada, com espaços garantidos de coprodução e exibição nos canais. Isso gera demandas por produtos e inserção profissional”, analisa Mauro Garcia, diretor executivo da ABPITV (Associação Brasileira de Produtores Independentes de Televisão). A entidade tem hoje 356 produtoras associadas, espalhadas pelo Brasil. O número é quase 70% superior ao registrado em março de 2012.
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