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CULTURA

No tom soft da indústria

'Cinquenta Tons de Cinza' estreia hoje com a pergunta: até que ponto o filme levará às telas as peripécias sexuais do livro.  

Publicado em 12/02/2015 às 6:00 | Atualizado em 22/02/2024 às 15:58

“Quem quiser ver sexo explícito pode usar a internet". Foi com esta frase, dita à reportagem da Folha de São Paulo, que a diretora Sam Taylor-Johnson defendeu seu Cinquenta Tons de Cinza (Fifty Shades of Grey, EUA, 2015), filme que, segundo as primeiras críticas, é bem mais pudico que o safadinho best seller homônimo que inspira o longa-metragem, o primeiro adaptado de uma trilogia que já vendeu 100 milhões de livros em todo o mundo.

O aguardado romance erótico chega hoje às telas – por aqui, oito salas, entre João Pessoa, Campina Grande e Patos, irão exibi-lo, em sessões recomendadas para maiores de 16 anos. Nele, Anastasia (Dakota Johnson, filha dos também atores Don Johnson e Melanie Griffith) é uma virginal estudante de literatura de 21 aninhos que cai nas graças do bilionário Christian Grey (Jamie Dornan, da série The Fall). Da relação entre os dois, nasce uma apimentada paixão que inclui sexo selvagem e masoquista.

Blockbuster de 40 milhões de dólares que tem a finalidade de chegar ao maior número de espectadores, Cinquenta Tons de Cinza, pelo que aponta a crítica, é light e asséptico, destoante até mesmo do linguajar obsceno utilizado pela escritora E. L. James, uma dona de casa que viu sua fan fiction (textos em que fãs recriam histórias famosas, no caso aqui, Crepúsculo) se tornar um fenômeno entre as mamães e vovós de todo o mundo. De acordo com o G1, no filme “é tudo tão cronometrado que a pegação parece mais insossa que beijo técnico de filme teen da Disney”.

Mesmo assim, o filme de Taylor-Johnson tem instigado o público a pagar cerca de R$ 18 (preço médio da entrada nos cinemas de João Pessoa) para ver a encarnação de Anastasia e Christian Grey. É o caso da estudante de direito Luiza Cruz, 25, fã do livro que está curiosa pra ver se o filme será fiel ao texto.

Mesma dúvida tem Carol Oliveira, 23. “Eu li os três livros e estou curiosa para saber como eles vão retratar tudo aquilo em filmes”, diz a publicitária, certamente referindo-se a sequências que envolvem sodomia e apetrechos capazes de fazer um dono de sex shop corar.

Já a comunicóloga Nathércia Sena, 28, vai ao cinema porque acredita que o livro tem uma história envolvente, que desconstrói estereótipos.

O clima anda quente mesmo é nos bastidores. E. L. James e Sam Taylor-Johnson andaram se estranhando na reta final da produção, quando a diretora resolveu alterar o final da história, movimento que levou a escritora a querer boicotar o filme. De acordo com O Globo, a Universal Pictures, que arrematou os direitos da trilogia por cinco milhões de dólares, concedeu controle criativo à autora. (Com informações de Renato Gallotti)

CONFIRA AS OUTRAS ESTREIAS
Annie
Clássico musical da Broadway que já teve três versões para o cinema e uma para a TV (a mais famosa delas dirigida por John Huston em 1982), Annie ganha mais um olhar, desta vez sob a direção de Will Gluck (Amizade Colorida). Conta a história de uma órfã (Quvenzhané Wallis), cuja rotina muda ao topar com o magnata e candidato a prefeito de Nova York (Jamie Foxx) que assume a tutela da órfã. Em cartaz no Cinépolis, somente dublado.

A Família Belier
Misto de drama e comédia, esta produção franco-belga de 2014 dirigida por Eric Lartigau (Os Infiéis) conta a história de uma família de surdos - exceto pela filha, Paula (a estreante Louane Emera), de 16 anos. Ela é uma intérprete indispensável no cotidiano de seus pais. Um dia, ela descobre seu dom para cantar e decide se preparar para um concurso, mas para isso vai precisar se separar da família. No Cinespaço, somente legendado.

O Imperador
Terceiro longa-metragem estrelado por Nicolas Cage a chegar aos cinemas da Paraíba em seis meses, O Imperador conta a história de um jovem herdeiro do trono imperial, ameaçado de morte pelo irmão mais velho. A única esperança do príncipe é sua irmã e o cavaleiro Jacob (Hayden Christensen), que deverá convencer o lendário Fantasma Branco (Cage) a dar apoio ao grupo. Em duas salas em JP e uma em CG, dublado e legendado.

A Casa dos Mortos
Produção de horror parte de uma história de James Wan (Invocação do Mal e Sobrenatural), desenvolvida e dirigida por Will Canon. Nela, cinco amigos saem à caça de fantasmas em uma casa abandonada, mas o grupo acaba assassinado. O único sobrevivente informa à polícia que o local está possuído por demônios. Céticos, um policial e uma psicóloga passam a investigar o caso. Em JP e CG, dublado e legendado.

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Jornal da Paraíba

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