CULTURA
Noir com um sotaque baiano
Microssérie o 'Canto da Sereia' estreia nesta terça-feira (8); em quatro capítulos, a série é baseada na obra homônima de Nelson Motta.
Publicado em 08/01/2013 às 6:00
Na mitologia grega, a voz de uma sereia pode seduzir marinheiros e devastar embarcações contra os rochedos ao seu redor, tirando as vidas de tripulações. Mas, e quando os encantos da força da natureza se voltam contra ela própria?
Com essa premissa, começa nesta terça-feira, às 23h30, após a estreia do Big Brother Brasil 13, a microssérie da Rede Globo O Canto da Sereia, que traz a mais famosa musa de axé do país chamada Sereia (Isis Valverde), assassinada quando ‘navegava’ o trio elétrico entre um mar de gente, em plena terça-feira de Carnaval.
Mergulhando em seu mundo, onde forma uma armadilha envolvendo fama, dinheiro, inveja, idolatria, amor e ódio, na Bahia contemporânea, o mistério de sua morte vira obsessão para o segurança particular Augustão (Marcos Palmeira), que procura solucionar o crime investigando todos os suspeitos, descortinando uma vida secreta que a Sereia tinha além dos holofotes e da sua vida particular.
Com a estética de thriller, a série em quatro capítulos é baseada na obra homônima de Nelson Motta, com direção de Ricardo Waddington (núcleo) e José Luiz Villamarim (geral).
“O Nelson Motta classifica sua obra como um ‘noir baiano’.
Acredito que, se conseguirmos levar para o telespectador esse tom de mistério e suspense, ao mesmo tempo com uma baianidade, chegaremos próximo ao que o Nelson pensou”, analisa Waddington, que já assinou telenovelas como Roda de Fogo e Vale Tudo. “Para isso, nos apropriamos de alguns elementos da linguagem de cinema para contar a história. Essa proposta ficou muito clara quando o Villamarim convidou (o paraibano) Walter Carvalho para assinar a direção de fotografia e para fazer câmera”.
O elenco ainda conta com astros e estrelas ‘globais’ como Camila Morgado (vivendo a empresária e amiga da protagonista), Marcelo Médici (um poderoso publicitário), Gabriel Braga Nunes (produtor musical que descobriu a Sereia), Marcos Caruso (Governador do Estado do Rio), João Miguel (ex-chefe do fã clube da Sereia), entre outros.
“Buscamos atores que tivessem a cara de cada personagem”, enfatiza Villamarim. “Busquei fugir um pouco do excesso de cor e da prosódia. Por isso, escalamos também muitos atores baianos, como o Frank Menezes, a Margareth Menezes e o Guilherme Silva, que é um lançamento, por exemplo, para que a prosódia fique mais natural”.
Tendo a Argentina como a segunda locação, a maior parte de O Canto da Sereia foi gravada em Salvador. “Ajuda a achar essa alma brasileira”, aponta o diretor geral da microssérie.
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