'Nouvelle Vague' é tema de cineclube

Na França pós-Guerra, a 'Nouvelle Vague' ('Nova Onda', em tradução livre) foi um movimento que era evidenciado pela contestação de um cinema menos comercial exalada do frescor da juventude de seus realizadores como Jean-Luc Godard, François Truffaut (1932-1984) e Alain Resnais.

Mais lembrado por seus longas-metragens como os clássicos Acossado, Os Incompreendidos (ambos de 1959) e Uma Mulher para Dois (1962), o Tintin Cineclube exibe nesta quarta-feira curtas que também fazem parte do movimento. A sessão gratuita acontece a partir das 19h30, no Espaço Cine Digital do Espaço Cultural, em João Pessoa.

Com o título 'Les Films de la Pléiade', a programação começa com a exibição de Os Estressados (Les Surmenés, 1958), de Jacques Doniol-Valcroze (1920-1989). A ficção mostra uma garota do interior que se muda para Paris para trabalhar como datilógrafa, já que suas habilidades lhe renderam até premiações. Chegando à capital francesa, ela se torna adepta da agitada vida noturna da cidade, que acaba por afetar negativamente o seu trabalho.

Uma História D'água (Une Histoire D’eau, 1959) reúne na direção dois símbolos da 'Nouvelle Vague', de Truffaut e Godard. Uma jovem narra sua aventura de tentar ir à Paris depois de uma tempestade que inundou vilas e estradas. Um rapaz lhe oferece carona e apesar das dificuldades no trajeto os dois não deixam a vontade de se conhecer melhor.

Já o curta Charlotte e Seu Namorado (Charlotte et son Jules, 1959), também conduzido por Jean-Luc Godard, mostra a protagonista visitando seu ex-namorado depois de alguns dias brigados. O rapaz começa um agressivo discurso reprovando-a pelo fim do namoro, dizendo que as mulheres são tolas e irresponsáveis, ao mesmo tempo em que diz não poder viver sem ela. Tudo o que Charlotte pode fazer é esperar até chegar o momento certo para se manifestar.

Por fim, O Amor Existe (L’Amour Existe, 1961), do diretor Maurice Pialat (1925-2003), é uma viagem poética e política pelos subúrbios parisienses no final dos anos 1950. A ficção explora a dura rotina das classes trabalhadoras francesas, mostrando também que ainda há possibilidade de existir o amor perante a dureza da vida na época.

O Tintin Cineclube é uma realização da Associação Brasileira de Documentaristas - Seção Paraíba (ABD-PB), Ponto de Cultura Urbe e Clube de Cinema Fora do Eixo, com apoio da Fundação Espaço Cultural (Funesc), Ministério da Cultura (MinC), Cine Mais Cultura e o Conselho Nacional de Cineclubes (CNC).