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CULTURA

Nova novela das seis ganha tom de fábula

Publicado em 06/04/2014 às 8:00


Uma novela em tom de fábula, com narrativa de HQ, disposta a resistir às armadilhas impostas pelo processo industrial da televisão aberta: essa é a aposta de Luiz Fernando Carvalho para a releitura de ‘Meu Pedacinho de Chão’, novela de Benedito Ruy Barbosa que ocupará a faixa das 18h a partir de amanhã na Globo. Originalmente escrito em 1971/72 e exibido pela Globo e pela TV Cultura, o enredo de 185 capítulos será agora distribuído em apenas 100 episódios, uma pechincha perto do tamanho habitual dos folhetins atuais (que normalmente ultrapassam 150 edições) e somente 20 atores no elenco, número inferior até que muita minissérie.

A releitura de ‘Meu Pedacinho de Chão’, antes de mais nada, reedita a feliz parceria de Renascer (1993) e O Rei do Gado (1996), duas das melhores produções que a Globo já exibiu em sua faixa nobre, cujos primeiros capítulos mereceram um raro tratamento cinematográfico para a época. Em Esperança (2002), a dupla também começou junta, mas questões de saúde afastaram o autor de sua obra, prejudicada então justamente pela premência industrial que demanda longos capítulos diários e à qual Carvalho não se acostuma. Assim, o diretor conta 12 anos afastado do gênero.

O folhetim contará com a presença de um galinho de ferro, desses fincados em rosa dos ventos no alto de telhados. Fazendo jus à linguagem de fábula, o bichinho será animado por stop motion e funcionará como “uma espécie de testemunha ocular da história”, diz Luiz Fernando Carvalho, que batizou o animalzinho como Bené, em homenagem ao autor da história.

Coronel Epa é o protagonista desse microcosmo, como define o diretor, que é Santa Fé, cidade fictícia localizada em lugar nenhum do interior do País. É uma posição de destaque que Prado nunca ocupou, a de ator principal, embora mereça “há muito tempo”, lembra Carvalho.

“Gosto de mesclar atores consagrados com lançamentos. Pego alguns atores consagrados e mudo o registro deles, e coloco esses artistas fazendo papéis que não são tão costumeiros assim surpreendendo o público. Isso dá um frescor incrível para oator”, finaliza.

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Jornal da Paraíba

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