CULTURA
Nova série da Globo, 'Filhos da Pátria' retrata Brasil do século XIX
Produção tem previsão de estreia para o segundo semestre de 2017.
Publicado em 08/01/2017 às 12:25
8 de setembro de 1822. Em meio ao "bucólico caos urbano carioca" você acompanha as aventuras e confusões dos divertidos Bulhosa. "Filhos da Pátria", nova série da Globo, com previsão de estreia para o segundo semestre de 2017, é uma crônica cotidiana sobre o Brasil do século XIX, sob a ótica de uma típica família de classe média: pessoas comuns, anônimas, situações que os livros de história não contam. A recém-proclamada independência do Brasil parecia ser a solução de todas as mazelas que atingiam a antiga colônia e, ao mesmo tempo, marca a origem da identidade brasileira.
Com redação de Bruno Mazzeo e direção de Mauricio Farias, a obra narra a vida da família Bulhosa, que vive nos primórdios da formação do Brasil, na criação do DNA verde e amarelo. Geraldo Bulhosa (Alexandre Nero) é funcionário público português que trabalha no Paço Imperial como interlocutor das relações Brasil x Portugal. Com a instauração da Independência, ele perde o prestígio do cargo oficial e, aos poucos, se envolve nos esquemas que permeiam a repartição. Com ajuda do colega Pacheco (Matheus Nachtergaele) instauram o famoso "jeitinho brasileiro".
Maria Teresa (Fernanda Torres) é esposa de Geraldo. Uma mulher materialista ao extremo, classista e escravocrata, que sonha com o dia em que seu marido vai se impor profissional e socialmente, dando a chance da família integrar a elite. "Maria Teresa é fruto do seu tempo, retrógrada, que vê na corrupção do marido a possibilidade de ascensão", avalia Fernanda. Toda a sua ansiedade e frustração respingam na filha, Catarina (Lara Tremouroux). Maria Teresa quer de qualquer jeito que a menina se case com um bom partido, ou seja, um rapaz de linhagem nobre.
Diferentemente da mãe, Catarina é idealista e busca autonomia e independência pessoal. Outro herdeiro da família, Geraldinho (Johnny Massaro) é um jovem que quer ter ideias revolucionárias, mas mal sabe cuidar da própria vida. Já Lucélia (Jéssica Ellen) é a escrava do clã, que forma a espinha moral dos Bulhosa. Ela é dona de um senso incorruptível de justiça e seu maior sonho é garantir a alforria. Domingos (Serjão Loroza) é o escravo mais antigo e tem um lugar cativo na casa da família.
"O que acontece hoje em dia é reflexo do que teve início lá atrás e sabemos pouco acerca da nossa história. Apesar do contexto histórico, o olhar está sobre os Bulhosa, uma família comum, anônima, que sente as mudanças provocadas pela independência do país. A visão crítica está com os escravos, principalmente na Lucélia. É dela a voz da razão, é a mais sensata entre todos", explica o autor Bruno Mazzeo. Alexandre Nero complementa: "O mote da série é rir da nossa desgraça".
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