Novo filme de David Cronenberg aborda os bastidores de Hollywood

Quando Hollywood olha pro seu próprio umbigo, o resultado pode ser pérolas como Crepúsculo dos Deuses (1950), de Billy Wilder, e O Jogador (1992), de Robert Altman. Depois de 'metralhar' o universo financeiro de Wall Street com Cosmópolis (2012), o canadense David Cronenberg foca suas lentes nos bastidores das produções fílmicas em Mapas para as Estrelas (Maps To The Stars, Canadá, EUA, França, Alemanha, 2014), que entra em cartaz no CinEspaço (MAG Shopping), em João Pessoa.

O filme, que já ganhou uma sessão no projeto Cinema de Arte do Cinépolis, conta com Julianne Moore, que se encontra em mais dois filmes nas salas paraibanas: a fábula O Sétimo Filho e o drama Para Sempre Alice, longa em que ela arrebatou o Oscar de Melhor Atriz este ano.

Ela interpreta uma atriz decadente, preocupada em 'voltar' aos holofotes de outrora (situação semelhante à antológica Norma Desmond de Crepúsculo dos Deuses, vivida pela Gloria Swanson). Ela quer agarrar o papel principal de uma refilmagem de um grande sucesso estrelado por sua mãe décadas atrás.

A atriz é cliente de um chofer de limousine que sonha ser ator. O motorista é vivido pelo astro de Crepúsculo, Robert Pattinson, que já trabalhou com Cronenberg em Cosmópolis (naquele filme, com posicionamento social invertido, já que ele ocupava o banco de trás da limusine).

O rapaz se envolve com uma misteriosa jovem recém-chegada à 'Cidade dos Anjos' (Mia Wasikowska, de Alice no País das Maravilhas na visão de Tim Burton) que a princípio está visitando a família, mas acaba sendo assistente da personagem de Julianne Moore (será que terá 'ecos' de outro clássico dos bastidores dos anos 1950, A Malvada, de Joseph L. Mankiewicz?).

Ainda há um psicólogo e técnico motivacional (John Cusack, de Alta Fidelidade) que fez fortuna escrevendo livros de autoajuda. Sua esposa (Olivia Williams, a mulher de Bruce Willis em O Sexto Sentido) administra a carreira do filho (Evan Bird, de Acorrentados), um astro-mirim recentemente mandado para a reabilitação.

Ignorado pelo Oscar, Mapas para as Estrelas participou da seleção oficial do Festival de Cannes, onde Moore arrebatou o prêmio de interpretação feminina pelo seu papel de atriz complexada e desesperada.

Pela sua 'perturbada' filmografia (A Mosca, Crash, eXistenZ, Videodrome), David Cronenberg deve meter 'o dedo na ferida' da indústria (ou não, pois isto é Hollywood).

'SR. KAPLAN' NO CINEMA DE ARTE
Depois de uma única sessão na semana de estreia do projeto Cinema de Arte, a comédia Sr. Kaplan (Mr. Kaplan, Espanha, Uruguai, Alemanha, 2014) ficará até quinta-feira com exibições diárias no Cinépolis (Manaíra Shopping), em João Pessoa.
O filme mostra um senhor (Héctor Noguera, de Fuga) cansado da rotina, que tenta provar com auxílio de um amigo ex-policial (Néstor Guzzini, de Gigante) que um misterioso alemão é foragido nazista da Segunda Guerra Mundial.
Estreia também no Cinépolis O Duelo (Brasil, 2014), baseado na obra Os Velhos Marinheiros, de Jorge Amado (1912-2001).

Sob direção de Marcos Jorge (de Estômago), o longa gira em torno de um respeitável fiscal de um pequeno vilarejo (José Wilker, no seu último papel no cinema), que se mostra enciumado com a chegada de um comandante (o português Joaquim de Almeida, de O Xangô de Baker Street) e suas fascinantes histórias de alto mar.
A simpatia sedutora do forasteiro leva o fiscal a tentar provar para todo mundo da cidadezinha costeira que tais relatos não passam de 'história de pescador' do marinheiro.

Por fim, estreia em João Pessoa e Campina Grande A Série Divergente: Insurgente (Insurgent, EUA, 2014), continuação da adaptação cinematográfica da obra homônima de Veronica Roth. No novo longa, o casal de protagonistas (Shailene Woodley e Theo James) busca aliados enquanto foge do líder dos chamados Eruditos.
Convergente, terceiro filme da franquia, será dividido em duas partes (como de praxe), com estreias previstas para 2016 e 2017, respectivamente.