CULTURA
O adeus a 'Diva dos pés descalços'
Cesaria Evora será enterrada nesta terça (20) a cantora que tinha 70 anos morreu neste sábado (16) de problemas cardiovasculares.
Publicado em 20/12/2011 às 6:30
Será enterrada hoje, na cidade de Mindelo, em Cabo Verde, Cesaria Evora, cantora que deixa, aos 70 anos, não só uma lacuna na música caboverdiana, mas na música de qualquer parte do planeta. Ela morreu no último sábado, em um hospital da cidade.
Chamada de ‘Rainha da Morna’, espécie de blues caboverdiano, e ‘Diva dos Pés Descalços’, por se apresentar sempre sem sapato ou sandália, como forma de lembrar os mais pobres, Evora deixou um legado de belas canções, que encontravam na voz da caboverdiana o calor de uma interpretação sincera, raro de se ouvir hoje em dia.
Cesaria Evora nasceu em 27 de agosto de 1941 na cidade de Mindelo (Ilha de São Vicente, Cabo Verde). Há algum tempo, vinha sofrendo problemas de saúde. Em 2008 teve um derrame e em maio deste ano, se submeteu a uma cirurgia cardíaca. No dia 23 de outubro, alguns dias depois de um segundo derrame, anunciou sua saída dos palcos em definitivo e voltou a Mindelo.
"Não tenho forças, não tenho energia. Gostaria que dissessem aos meus admiradores: sinto muito, mas agora preciso descansar. Lamento infinitamente ter que me ausentar devido à doença, gostaria de dar ainda mais prazer aos que me seguiram durante tanto tempo", disse ao jornal francês Le Monde, em outubro.
O reconhecimento como cantora veio tarde. Cesaria tinha 45 anos quando gravou seu primeiro disco (batizado justamente de Diva dos Pés Descalços, 1988) e 51 quando seu nome estourou internacionalmente, a bordo do terceiro álbum, Miss Perfurmado (1992).
O legado da artista deixa impressa sua marca em canções como ‘Angola’, ‘Noiva de céu’, ‘Ciz’ e a melancólica 'Sodade'. Temas como amor, dor e história, incluindo escravidão e pobreza, são recorrentes de sua obra. Brasileiros como Marisa Monte e Caetano Veloso se renderam ao talento da cantora africana, gravando com ela canções como ‘Mar azul’ e ‘Regresso’.
Comentários