CULTURA
O brega invade Aruanda
Ficção Amor, Plástico e Barulho, da pernambucana Renata Pinheiro traz o universo do 'brega' para a 8ª edição do Fest Aruanda.
Publicado em 18/12/2013 às 6:00 | Atualizado em 11/05/2023 às 15:29
Depois de o CinEspaço passar no ano passado em circuito comercial o documentário Vou Rifar Meu Coração, de Ana Rieper, nesta quarta-feira o brega tem novamente sua janela na sala de cinema, desta vez dentro da programação da 8ª edição do Fest Aruanda.
Às 20h, na Sala 1 do CinEspaço, em João Pessoa, será exibido gratuitamente a ficção Amor, Plástico e Barulho (2013), da pernambucana Renata Pinheiro, na Mostra Competitiva de Longas do festival.
O filme retrata um triângulo amoroso entre artistas do universo do brega contemporâneo recifense.
Apesar de girar em torno do tema, o longa também trata das dificuldades e sucessos dos artistas vindos da periferia, uma peculiaridade que a diretora percebeu ao viajar com uma banda no interior paraense.
“São pessoas que trabalham em um showbizz precário, periférico, feito de sonhos e decepções”, contou Renata pinheiro na fanpage do filme no Facebook. “A linguagem do musical surge quando o filme entra no mundo subjetivo de Chelly (Nash Laila, de Deserto Feliz), dançarina novata que deseja virar cantora”.
Além de Laila, o elenco conta com Maeve Jinkings (O Som ao Redor), Rodrigo Garcia (Tatuagem), Samuel Vieira e Leo Pyrata.
Na 46ª edição do Festival de Brasília, Amor, Plástico e Barulho ganhou três candangos: Melhor Atriz (Jinkings), Melhor Coadjuvante (Laila) e Melhor Direção de Arte.
PROGRAMAÇÃO
Hoje, às 9h30, no Hotel Nord Blue Sunset (Sala Ponta do Seixas), no Altiplano, em João Pessoa, haverá um debate com diretores sobre as produções exibidas no festival. Às 14h30, no mesmo local, acontece o Fórum do Audiovisual da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Às 10h, no CinEspaço, será reapresentado o longa Se Deus Vier, que Venha Armado (2013), do diretor paulista Luis Dantas.
Às 16h é a vez do documentário Barra 68 (2000), do paraibano Vladimir Carvalho, na Mostra 50 anos de Ditadura Militar pelo Olhar do Cinema Brasileiro. Já às 18h acontecerá mais um bloco da Mostra Competitiva de Curtas, que será exibido obras como a paraibana Adiós Jampa Vieja, de Virgínia Silva, entre outras.
'MALHA' E 'DE LUA' NA MOSTRA CURTA PB
Dentro do Fest Aruanda, hoje serão lançados na exibição especial Curta PB às 20h, no CinEspaço, as produções paraibanas Malha, de Paulo Roberto, e De Lua, de Marcélia Cartaxo.
O título do documentário de Paulo Roberto vem da tradicional Malhação do Judas de sua cidade, Nazarezinho, no Sertão paraibano. A brincadeira acontece com os residentes do sítio Trapiá, zona rural do município.
Mas a manifestação popular tem uma diferença: as pessoas entram em um corredor de estacas com arame farpado, onde 16 'caretas' mascarados e maltrapilhos impedem com chicotes de chegar ao 'corpo' de Judas na forquilha. “A manifestação é o guia do curta”, frisa o realizador. “Durante todo o processo, passo por lugares da região e faço os recortes”.
De acordo com Roberto, em uma exibição informal, um espectador comparou os ‘caretas’ aos ‘black bloc’.
Já De Lua é uma ficção onde “um homem fica vagando, vivendo em círculos, em busca de um amor”, segundo a diretora.
O curta se passa em Bananeiras, no Brejo paraibano. “É uma cidade que tem um clima diferente, uma vegetação verde”, aponta Marcélia.
De Lua faz parte de uma trilogia que seguirá com Redemunho (em pós-produção) e As Rosas. “Fala dos mesmos sentimentos profundos sobre tragédia familiar”.
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