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CULTURA

O herdeiro do Armorial

O artista plástico Manuel Dantas Suassuna dá detalhes sobre obra em homenagem a Ariano e projetos no interior da Paraíba.

Publicado em 22/08/2014 às 6:00 | Atualizado em 08/03/2024 às 17:44

Ao telefone, a semelhança de voz é estarrecedora: o mesmo timbre vacilante, levemente gutural. O artista plástico Manuel Dantas Suassuna é o eco fantasmal do pai, Ariano.

Um dos seis filhos do escritor morto em julho, Manuel tem uma ligação especial com Taperoá (no Cariri, a 216 quilômetros de João Pessoa), cidade onde está erguendo a Iluminara Jaúna, uma enorme escultura talhada em pedra inspirada no romance O Jumento Sedutor, que será lançado postumamente pela editora José Olympio.

"Neste novo romance há uma citação da Pedra do Ingá que, na ficção, é destruída", descreve Manuel. "Aí o personagem central e narrador do livro chama um discípulo para realizar uma releitura da Pedra do Ingá, sendo um pouco maior que a original."

A escultura que transpõe as fronteiras da ficção para a realidade está sendo talhada na Fazenda Carnaúba, propriedade do primo de Ariano, Manuel Dantas Vilar (o 'Manelito'). O artista e o proprietário da fazenda são homônimos: ambos foram batizados com a graça do tio de Ariano, irmão de João Dantas (1880-1930).

“Eu morei em Taperoá na década de 1980, na casa do meu pai na Fazenda Carnaúba”, conta Manuel, que mora atualmente no Recife (PE), onde fez sua trajetória como artista plástico. “Voltei para lá na época da adaptação d'A Pedra do Reino para a televisão (2007) e desde então sempre vou e volto. Fiz um ateliê lá: a Oficina Cabeça de Cabro, onde produzi praticamente todas as peças da minha exposição atualmente em cartaz.”

A exposição Fragmentária: O Silêncio, o Caos, o Labirinto fica em cartaz até este domingo no Centro Cultural Correios, na capital pernambucana. Com notável influência armorial, a individual percorre momentos da história da arte, da pintura rupestre à contemporânea, um conceito que Manuel quer levar para Taperoá e desenvolver também em uma série nascida a partir da Iluminara Jaúna.

“Na verdade, serão três pedras. A primeira, a Ilumiara Jaúna, seria dedicada à pintura rupestre. A segunda, ao barroco brasileiro, e a terceira, à arte contemporânea”, ele explica.

“Minha ideia é construir ao redor um centro cultural dedicado a Ariano, com uma escola de pintura.”

O projeto é apenas um dos que o herdeiro de Ariano pretende conduzir na Paraíba. Conforme o JORNAL DA PARAÍBA antecipou no mês passado, o Museu Armorial dos Sertões (que vai abrigar parte do acervo do escritor) irá ocupar o sítio histórico da Fazenda Acauã, em Aparecida (no Sertão, a 420 quilômetros de João Pessoa), onde um complexo arquitetônico que data dos séculos 17 a 19 vai abrigar uma escola inspirada nas páginas teatrais do dramaturgo. “Tem um galpão onde funcionava uma usina em que eu pretendo fazer esta escola com cursos de direção, figurino, cenário e formação de atores.”

O museu, que tem o apoio da Secretaria de Estado da Cultura e cujo pleito estava sendo conduzido pelo ex-deputado federal Leonardo Gadelha, era um sonho antigo de Ariano, compartilhado com o amigo e ex-senador Marcondes Gadelha. O projeto já conseguiu captar metade da verba para a obra, orçada em R$ 400 mil. De acordo com Dantas Suassuna, o projeto está interrompido temporariamente, devido ao período das eleições.

ROTEIRO SENTIMENTAL
O centro cultural, em Taperoá, e o complexo do Museu Armorial dos Sertões, em Aparecida, fariam parte, segundo Manuel, de um roteiro sentimental em homenagem a Ariano. O roteiro incluiria cidades pelas quais o cavaleiro andante passou durante a sua biografia, pela Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco. O caminho teria como ponto final o Recife, onde Ariano viveu a maior parte da vida e que sediaria um memorial, ainda sem local previsto.

Sobre o legado artístico de Ariano, Manuel assevera que o escritor deixou outros textos inéditos além de O Jumento Sedutor, que ainda não tem data certa de publicação. “Ele deixou uma obra vastíssima, poemas e cartas que seria interessante publicar”, ressalta. “Além disso, há desenhos originais e esboços de pintura que nós gostaríamos de expor no memorial do Recife. Estou procurando o lugar e já tive algumas conversas, mas não gostaria de divulgar nada ainda.”

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Jornal da Paraíba

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