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CULTURA

O Mundo Armorial de Ariano Suassuna

Publicado em 24/07/2014 às 8:24 | Atualizado em 07/02/2024 às 11:04

Na literatura, no teatro, na música e nas artes visuais, paraibano deixou sua marca, pautada pela defesa de uma cultura brasileira autêntica; escritor também dedicou-se ao magistério e à vida pública, tornando-se Secretário de Cultura de Pernambuco

Nascido na capital paraibana, então Nossa Senhora das Neves, num dia 16 de junho, Ariano Vilar Suassuna (1927-2014) contava a história de seu nascimento em diversas de suas famosas aulas-espetáculos ao redor do Brasil. Lembrava-se de quando, em João Pessoa, foi proibido de entrar no Palácio da Redenção por não usar gravatas (gostava de usar ternos pretos e camisas vermelhas, cores do seu time do coração, o Sport Club do Recife): “Eu já tinha entrado ali nu”, brincava o filho de Clarissa Vilar e João Suassuna, então presidente da Paraíba entre 1924 e 1928, assassinado quando o filho tinha apenas três anos – evento traumático que influenciou profundamente sua obra.

Criado em Taperoá, o autor do monumental O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971), poeta, desenhista e dramaturgo de clássicos dos palcos como O Rico Avarento (1954), Auto da Compadecida (1955) e Farsa da Boa Preguiça (1960), radicou-se no Recife (PE) no início dos anos 1940. Foi lá que se formou em Direito e conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP) em 1946. Foi com o TEP que notabilizou-se no teatro.

O padrinho do Movimento Armorial

Criado nos anos 1970 com o objetivo de desenvolver uma obra erudita genuinamente brasileira - dedicou-se também ao magistério e à política cultural (chegou a ser Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco entre 1994 e 1998).

Era membro das Academias Paraibana, Pernambucana e Brasileira de Letras, onde ingressou em 1990, ocupando a cadeira de nº 30, além de se dedicar às artes visuais, dedicando-se às iluminuras típicas do movimento armorial.

Defensor intransigente da cultura brasileira, em especial do Nordeste, costumava criticar a vocação do brasileiro em valorizar mais a cultura de fora, que a de dentro e sua verve cômica, adornada pelo linguajar matuto e o forte sotaque nordestino, que nunca abandonou, era o meio que ele encontrou para levar erudição mostrar seu fervor pelo Brasil – numa aula-espetáculo, chegou a dizer que preferia ‘Chico’ a ‘Science’, referindo-se ao ícone do manguebeat, movimento que foi alvo de críticas por parte do paraibano.

Aliás, suas aulas caíram na internet e, no YouTube, é possível assistir a várias aulas do mestre e dar boas gargalhadas das suas críticas a grupos como Calypso e gêneros como o funk e o punk.

No início do ano passado, Ariano foi homenageado em João Pessoa com a medalha José Américo de Almeida. Na ocasião, diante de uma multidão reunida na Estação Cabo Branco, mais uma vez cativou o público com sua simpatia: “Eu tenho uma vocação danada para ser barrado nos lugares. Vou pendurar isso (a medalha) no pescoço e quero ver se alguém vai me barrar agora”.

Em abril, o autor de A Pedra do Reino circulou pelo Sertão, onde foi homenageado. Em Aparecida, onde está a Fazenda Acuã, Ariano lançou a Pedra Fundamental do Museu Armorial Ariano Suassuna, que pretende abrigar parte do acervo do escritor.

Deixou inédito seu novo romance, que escrevia desde 1981 e que contava com ilustrações feitas de próprio punho. O livro tem o título prévio de O Jumento Sedutor e a previsão de ser publicado pela Editora José Olympio.

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Jornal da Paraíba

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