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CULTURA

O palco como ilha de edição

Cia. Vértice de Teatro traz Eduardo Moscovis e grande elenco, no espetáculo 'Corte Seco' em cartaz neste sábado (11) e domingo (12).

Publicado em 11/08/2012 às 6:00


Atores e diretora no palco 'editando' as cenas de uma peça.

Corte Seco, espetáculo da Cia. Vértice de Teatro em cartaz hoje e amanhã, às 20h, no Teatro Paulo Pontes, em João Pessoa, se equilibra na corda bamba entre a realidade e a ficção em um experimento dramatúrgico que não poupa nem o espectador.

Câmeras instaladas em diversos pontos do Espaço Cultural vão captar imagens que serão reproduzidas durante a encenação, aos olhos de um grande elenco puxado por Eduardo Moscovis e pela própria diretora Christiane Jatahy, que fecha sua trilogia pomposamente batizada de 'Uma cadeira para a solidão, duas para o diálogo e três para a sociedade'.

Não é a primeira vez que Jatahy utiliza o recurso. Em Conjugado (2004), monólogo estrelado por Mallu Gati que inaugura a trilogia, uma instalação audiovisual exibia um documentário que acompanhava o cotidiano de pessoas solitárias em uma metrópole. O público assistia à peça de persianas, como vizinhos que 'espiam' da janela.

Segundo a diretora, a proposta se diferencia, em Corte Seco, pelo seu caráter imprevisto e inédito. "As câmeras transmitem as imagens ao vivo do entorno do teatro e dos bastidores. A ideia é discutir a questão do limite do olhar", explica.

O flerte de Jatahy com outras mídias levou a uma incursão pela sétima arte: A Falta Que Nos Move (2005), segunda parte da trilogia, foi adaptada para o cinema em 2010. Além de dirigir o longa-metragem, gravado ao longo de 13 horas contínuas, sem interrupção, ela foi responsável pela edição, processo que resolveu exercitar ao vivo em Corte Seco.

"Não é um jogo de improviso, mas de montagem", afirma a fundadora da Cia. Vértice de Teatro, que tem mestrado em Filosofia e utilizou Walter Benjamin como suporte para o processo de pesquisa do texto. "Passagens (de Walter Benjamin, publicado postumamente, em 2006) é um livro impossível de se absorver totalmente. Cada um vai construir o seu próprio livro.

Corte Seco inspira-se nesta estrutura, oferecendo um olhar da cidade como se o espectador estivesse passando de ônibus, vendo as coisas acontecendo pela 1ª vez".

Outra referência foi o realizador Robert Altman, de cujo filme Shortcuts (Idem, EUA, 1993) importa a estrutura narrativa de mosaico: "Shotcuts tem essa estrutura meio barroca, de histórias que não querem se explicar, umas às outras, mas que se iluminam porque estão próximas".

A Cia. Vértice de Teatro foi criada sob a égide do teatro do espanhol José Sanchis Sinisterra. Christiane Jatahy revela que a primeira peça de Sinisterra em que atuou foi, curiosamente, em Campina Grande, nos anos 1990: Ñaque o de piojos y actores.

"Morei por três meses entre Campina Grande e João Pessoa, por isso estou muito ansiosa em levar este trabalho para a Paraíba".

Ao final da primeira apresentação, no sábado, a equipe permanece durante meia hora no palco do teatro batendo um papo com o público.

Imagem

Jornal da Paraíba

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