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CULTURA

Oito décadas dedicadas ao eruditismo

Em seu 80º aniversário celebrado nesta quarta (4) autor de 'O nome da Rosa' fala da importância da leitura crítica, sobretudo nos meios eletrônicos.

Publicado em 04/01/2012 às 6:30


“O Dan Brown me irrita porque ele parece um personagem inventado por mim”, solta a farpa um dos mais importantes escritores e pensadores da atualidade, o italiano Umberto Eco, em entrevista concedida recentemente pela revista Época.

O escritor, filósofo, linguista e professor de semiótica (ciência da comunicação que estuda os sistemas de signos) completa 80 anos amanhã e, apesar de um ferrenho defensor das publicações em papel, já usa o iPad para facilitar o transporte e a leitura durante suas viagens na divulgação de seu mais novo romance, O Cemitério de Praga (Record), que já veio criando polêmica (veja box ao lado).

“O livro ainda é o meio ideal para aprender. Não precisa de eletricidade, e pode riscar à vontade”, analisa. “Comecei a ler no aparelho e não achei tão mau. Aliás, achei ótimo. E passei a ler no iPad, você acredita? Pois é. Mesmo assim, acho que os tablets e e-books servem como auxiliares de leitura. São mais para entretenimento que para estudo.”

Para Marcos Nicolau, professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGC) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o autor de O Nome da Rosa (1980) e O Pêndulo de Foucault (1988) é importante desde suas primeiras obras, que traz à tona a simbologia usada para manipular e construir os estabelecimentos dogmáticos presentes nas religiões. “Com os livros de Eco podemos compreender todo o processo civilizatório”, aponta.

SELVAGEM E PERIGOSO
Mesmo usufruindo das novas tecnologias, Umberto Eco alerta que a internet não seleciona a informação, exemplificando que uma das ferramentas mais usadas na rede mundial, a Wikipédia, na verdade presta um desserviço ao usuário. "Outro dia publicaram fofocas a meu respeito, e tive de intervir e corrigir os erros e absurdos", lembra.

Uma solução, segundo o escritor italiano, é uma filtragem de informação, já que "a internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. Tudo surge lá sem hierarquia. A imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação."

O professor Nicolau concorda e afirma que soluções da cibercultura são estudadas pela academia paraibana, com base na seleção coletiva e no discernimento humano para tais mecanismos.

Apesar de querer voltar ao Brasil, Eco disse à Época que não tem planos imediatos. Afirma querer se dedicar a si mesmo, apesar da vida agitada entre viagens e as aulas no Departamento de Semiótica e Comunicação da Universidade de Bolonha.

"A primeira vez (que vim ao Brasil) foi em 1966. Foi quando visitei terreiros de umbanda e candomblé – e mais tarde usei essa experiência em um capítulo de O Pêndulo de Foucault para descrever um ritual de candomblé. Quando voltei em 1978, tudo já havia mudado. Imagino que hoje em dia o Brasil esteja completamente transformado."

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Jornal da Paraíba

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