Orquestra Sinfônica da Paraíba convida Steinbach

Nunca foi mera força de expressão afirmar que o russo Sergei Rackmaninoff (1873-1943) era um 'gigante' ao piano. Com quase dois metros de altura e mãos incrivelmente robustas, o compositor tinha pleno domínio de um instrumento no qual seus dedos pareciam se multiplicar, executando peças que lhe consagraram como ícone do romantismo na música erudita.

No concerto de hoje da Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB) quem tem o desafio de conferir à obra de Rackmaninoff a sua grandeza proporcional é Juliana Steinbach, solista do concerto gratuito que ocorre hoje, às 21h, no Cine-Teatro Bangüê, em João Pessoa.

Nascida no Brasil mas radicada na França, a jovem de apenas 22 anos vai interpretar junto à OSPB o 'Concerto para piano nº 2 (Op. 18)', peça de abertura de um programa que se encerra com 'Scheherazade', de Nikolay Rimsky-Korsakov (1844-1908).

Korsakov é outro compositor fundamental para a construção do repertório russo na transição do século 19 para o 20, com reputação comparável a contemporâneos como Borodin (1833-1887), Mussorgsky (1839-1881), Cui (1835-1918) e Balakirev (1837-1910).

Segundo o maestro titular da OSPB, João Linhares, as obras são velhas conhecidas dos fãs da música erudita e se imbricam não apenas por representarem a 'alma russa', então já expurgada por Tchaikovsky (1840-1893), mas por um item de indescritível beleza.

"As duas estão reconhecidamente entre as peças mais belas já compostas na história da música", informa João Linhares. "Sem contar que também estão entre as mais perfeitas expressões do romantismo", completa.

A inclusão de apenas dois compositores no repertório de hoje à noite da orquestra se deu, ainda de acordo com Linhares, "para não sobrecarregar os músicos, já que as peças são longas".

Linhares antecipou ao JP que, no concerto de encerramento da temporada anual da OSPB, no dia 20 de dezembro, os músicos irão dividir o palco com guitarristas paraibanos em uma parceria inédita.