Os contistas dos sábados

O Clube do Conto da Paraíba lança nesta quarta-feira, às 18h, no Sebo Cultural, em João Pessoa, sua segunda coletânea: Contos de Sábado (Edições Funjope, 210 páginas, R$ 15,00)
Patrocinado pelo Fundo Municipal de Cultura (FMC), o volume reúne 59 narrativas breves de 19 autores que participam, semanalmente, dos encontros do clube no Shopping Sul, nas tardes de sábado.

Fundado em 2004, originalmente como uma lista de discussão criada pelo poeta Antonio Mariano, o Clube do Conto é, hoje, um dos núcleos literários mais proficientes de João Pessoa.

Em seu quadro, conta com escritores experientes como Maria Valéria Rezende, Carlos Cartaxo, Joana Belarmino e André Ricardo Aguiar, além de jovens talentos como Beto Menezes, Laudelino Menezes, entre outros.

"A coletânea é um retrato do que é o Clube do Conto e um testemunho de que ele está se renovando", diz Maria Valéria Rezende, uma das veteranas do grupo, que ressalta o caráter plural desta obra.

"O livro não é uma antologia, que supõe a escolha de textos segundo o critério do antologista. Ele traz os textos que cada autor escolheu para se apresentar", completa Valéria.

Segundo ela, cada membro colaborou com três contos curtos ou com dois contos médios, podendo ainda optar por um conto só, sendo este longo.

A produção é derivada da dinâmica promovida pelo clube, que propõe a seus integrantes um tema semanal e solicita que eles produzam um conto breve inspirado no assunto.

"É uma coisa gostosa você escrever sabendo que já tem a garantia de que alguém vai ler", opina Maria Valéria Rezende.

"Isso te obriga a fazer um excelente exercício, que nem sempre vai resultar em algo genial, mas que pode ser a sinopse para outro conto".

Para ela, o Clube do Conto é uma oficina literária permanente, sem mestres nem discípulos: "Nós não temos gurus. Tanto é que quase todo mundo, exceto os membros mais recentes, que estão começando, já estrearam em livros solo", resume.

"O Clube do Conto prova que a colaboração é mais fecunda que a competição. Dizem que no Brasil os grupos literários só duram 3 meses. Nós estamos aí há quase dez anos, resistindo e continuando a produzir", conclui Valéria.