Os demônios de Huxley

Depois de iniciar sua incursão na obra de Aldous Huxley (1894-1963) com o clássico Admirável Mundo Novo, Contraponto e Contos Escolhidos, o selo Biblioteca Azul agora reedita mais três livros de um dos mais importantes escritores britânicos do século 20.

Publicado originalmente em 1952 (no Brasil, teve sua última edição datada de 1987), Os Demônios de Loudun (Globo Livros, 400 páginas, R$ 49,90) revisita o caso verídico da suposta possessão coletiva de um convento em meados do século 17, no interior da França.

Munido de autobiografias dos envolvidos, de variados documentos históricos sobre o caso e de estudos sobre transcendência, psicologia, contexto sexual da época e afins, Huxley acompanha os principais acontecimentos em torno das possessões e exorcismos.

Já Também o Cisne Morre (Globo Livros, 352 páginas, R$ 39,90), lançado originalmente em 1939, mostra o encontro do arrogante acadêmico Jeremy Pordage e o milionário e superficial Jo Stoyte, que o contrata para analisar documentos antigos no seu castelo de mau gosto e ostentação.

Pordage conhece ainda a jovem amante do magnata, um cientista cuja pesquisa sobre a longevidade tem sido financiada por Stoyte, e o assistente do cientista com convicções revolucionárias, que terá sua ideologia abalada pelas ideias pacifistas de William Propter (1801-1884).

Os ideais pacifistas de Aldous Huxley também são refletidos em Sem Olhos em Gaza (Globo Livros, 608 páginas, R$ 59,90), publicado pela primeira vez em 1936.

Construído de maneira não cronológica, o romance intercala diversas fases da trajetória de Anthony Beavis, que tem o foco nos prazeres mundanos da vida até conhecer o médico e antropólogo Miller, cuja amizade resultará nas mudanças de suas concepções filosóficas e políticas registradas no seu diário.

Para a coleção da obra de Aldous Huxley, a Biblioteca Azul planeja relançar no Brasil 15 títulos ao todo.