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CULTURA

Os mistérios de Clarice

Em João Pessoa, atriz Beth Goulart ministra nesta quinta-feira (22) a pelestra 'Encontro com Clarice Lispector', no Zarinha Centro de Cultura.

Publicado em 22/11/2012 às 6:00


"Eu me revelo através de Clarice", diz Beth Goulart ao JORNAL DA PARAÍBA. Não é possível vê-la, mas não há como não imaginá-la sentada em uma poltrona, de cigarro na mão, como na imagem de divulgação da peça Simplesmente Eu, Clarice Lispector.

A atriz já está na Paraíba e ministra nesta quinta-feira, às 19h30, a palestra 'Encontro com Clarice Lispector', no Zarinha Centro de Cultura, em João Pessoa. Sexta e sábado, sempre às 21h, Beth sobe ao palco do Teatro Paulo Pontes para apresentar o espetáculo, fruto de 2 anos de imersão no coração selvagem da obra de Clarice.

"Tentei, de alguma forma, absorver tudo o que encontrei sobre ela", explica a atriz e diretora, que no processo de criação do texto consultou uma infinidade de romances, entrevistas e trabalhos acadêmicos sobre a ucraniana naturalizada brasileira.

"Todas estas informações e elementos de pesquisa me ajudaram a desenvolver uma dramaturgia em que também existe um componente intuitivo muito forte: o espetáculo é uma espécie de 'trança' entre duas mulheres e dois universos. Procurei traduzir a linguagem de Clarice na minha linguagem, no meu olhar e nas minhas escolhas".

Segundo a atriz, é precisamente neste ponto que o trabalho do ator assemelha-se ao do escritor: ambos têm a capacidade de incorporar um outro 'eu', 'traduzindo o outro'. "Nós temos que criar personagens que não somos nós sem deixar de sermos nós", afirma Goulart. "Todo ator é uma esponja: absorve não só o que lê e o que ouve, mas também o que pressente. Tudo isso acaba revelando a pessoa e de alguma maneira colabora para trazê-la à vida e torná-la viva. Trazê-la para o seu corpo e para a sua emoção".

Incrivelmente semelhante com Clarice Lispector, Beth Goulart diz ter caminhado para a similaridade com a sua personagem: "Eu ampliei um pouco mais a semelhança já existente", admite. "Isso foi feito a partir de um trabalho de visagismo que busca aumentar as semelhanças e anular as diferenças com maquiagem e penteado. Eu quis personificá-la para trazê-la ao palco para falar de si. O teatro tem essa magia de tornar estas coisas possíveis".

Sobre a 'midiatização' da figura de Clarice Lispector, hoje uma das autoras mais citadas em redes sociais, dividindo sua popularidade com Caio Fernando Abreu, Beth Goulart opina e cogita que, se viva, a escritora cuja morte completa 35 anos no próximo mês não se incomodaria.

"Acho que ela ficaria muito feliz em saber que a obra dela está atingindo pessoas de várias idades e de várias partes do Brasil e do mundo", arrisca. "A literatura no Brasil, como o teatro, é uma arte de resistência. É preciso ir até as pessoas e que elas, também, venham até você. Dependemos da vontade do leitor ou do espectador para que a arte aconteça. A internet facilita um pouco as coisas", conclui.

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Jornal da Paraíba

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