Para bater cabeça na sala

É um feito e tanto que, após tantos excessos, doenças, partidas e voltas, o Black Sabbath tenha sobrevivido para, com toda sua formação original (ou quase toda), ter voltado ao estúdio para gravar um disco de inéditas.

O DVD 13, lançado em junho deste ano, foi aprovado com louvor pelos fãs e, de fato, não faz feio ante a discografia clássica quando o vocalista Ozzy Osbourne estava à frente do grupo inglês criado em 1969. Mas é menos inspirado que títulos como Paranoid (1970).

Foi costurando músicas novas com velhos clássicos que o Black Sabbath chegou ao repertório da nova turnê, que em outubro passou por Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG), arregimentando um total de 155 mil fãs.

A passagem do grupo pela Austrália com esse mesmo show rendeu Live... Gathered In Their Masses (Universal Music, R$ 50,00, em média), combo que reúne DVD, CD e um pequeno livreto com fotos e créditos do show (lá fora, foi lançado também em outros formatos, incluindo blu-ray).

O DVD traz a apresentação na íntegra, com 15 números (o CD tem cinco a menos) que investem nos velhos hits – apenas três músicas do disco novo entram no repertório: 'God is Dead?', 'Loner' e 'End of the begnning' e são recebidas com um misto de frieza e devoção religiosa.

Mas são no hinos ‘War pigs’, ‘Into the void’, ‘Black sabbath’, ‘N.I.B.’ e ‘Iron man’ que a Rod Laver Arena pega fogo e explode no final ao som de ‘Paranoid’.

No palco, Ozzy, Tony Iommi e Geezer Butler dão aos fãs o que eles querem: um show de rock pesado, com direito a solos de baixo, guitarra e um longo de bateria, pondo à prova o desempenho do jovem Tommy Clufetos (ele costuma tocar na banda solo de Ozzy).

Superando as limitações da idade, o trio original consegue entreter a plateia, sobretudo o velho Ozzy, cuja disposição impressiona tanto quanto suas velhas mungangas - ele termina o show todo molhado, depois de refrescar-se e refrescar a plateia com um balde d’água.