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CULTURA

Para festejar a 'Amizade'

Formado por Maestro, Zé Renato, David Tygel, Lourenço Baeta, quarteto Boca Livre celebra 35 anos com o novo disco 'Amizade'.

Publicado em 05/11/2013 às 6:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:51

“Amizade é dom que não se aprende, não”, diz a canção de Marcos Valle e Maurício Maestro que batiza Amizade (Universal, R$ 24,90), novo disco do Boca Livre que celebra os 35 anos do quarteto atualmente formado por Maestro (contrabaixo, violão e vocal), Zé Renato (vocal e violão), David Tygel (viola e vocal) e Lourenço Baeta (flautas, violão e vocal).

“O título foi uma sugestão minha”, afirma Zé Renato, em entrevista por telefone, do Rio de Janeiro. “A música do Valle com o Maurício estava no balaio de canções que estavam sendo experimentadas em estúdio e simboliza a nossa trajetória, muito baseada na amizade e na afinidade musical”, completa o cantor e compositor capixaba, primeira voz do grupo que não se reunia em estúdio desde os anos 1990, quando gravaram, em Nova York (EUA), Americana (1995).

Depois de três trabalhos retrospectivos, incluindo um CD/DVD ao vivo, lançado em 2007, e um projeto em parceria com o 14 Bis, de 1998, o Boca Livre retorna às prateleiras para conquistar novas plateias.

“Nós temos consciência de que temos um público e esperamos que ele se amplie e se renove com este disco”, confessa Zé Renato, que participou de cinco shows com os amigos no mês passado e programa para janeiro de 2014 a volta à estrada, partindo do tradicional Teatro Rival, no Rio.

O projeto é chegar aonde o Boca Livre ainda não chegou: “Temos nos apresentado juntos com uma certa regularidade, desde que reunimos esta formação para o CD e DVD, em 2007. Queremos levar esse show a lugares para onde a gente não vai há muito tempo, como João Pessoa, por exemplo”, avisa o músico.

Segundo ele, o jejum de quase 20 anos fora do estúdio se deve principalmente à dificuldade em compatibilizar as quatro (movimentadas) agendas: “Não há uma razão especial além do fato de cada um manter atividades paralelas ao longo destes 18 anos", garante. "Já tem algum tempinho que o Maurício está morando em Nova York e só nos sentimos preparados agora para encarar esse trabalho."

No repertório há desde a inédita 'Terra do nunca', de Edu Lobo e Paulo César Pinheiro, cantada por Zé Pinheiro, originalmente, para a trilha sonora do espetáculo teatral Peter Pan (1990), de Sura Berditchevsky, até a regravação de 'Tempestade', parceria entre o paraibano Chico César e Chico Pinheiro, extraída do terceiro CD do compositor paulista, Nova (2007).

"Eu achei que 'Tempestade' tinha a ver com a proposta do disco e se encaixava muito bem com a participação do Danillo Caymmi, na flauta, por ser bem praieira e lembrar um pouco as coisas do Dorival", explica Zé Renato.

Além de Caymmi filho, participa de Amizade o violoncelista Jaques Morelemba na primeira faixa, 'Baião do Acordar', composição do pernambucano Novelli que marcou época na década de 1970.

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Jornal da Paraíba

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