CULTURA
Paraibanos fazem a festa na Fliporto
Destacando a importância da literatura regional, escritores paraibanos expõem seus trabalhos na VII Filiporto em Olinda.
Publicado em 15/11/2011 às 6:30
Trepado em uma plataforma de madeira de 25 centímetros de altura, sob o sol causticante do meio-dia, encontramos Paulo Cavalcante, paraibano que já é presença cativa de um circuito literário composto por eventos como a Fliporto, a Flip e a Feira de Literatura de Brasília (DF).
"Desde 2005 viajo o Brasil divulgando o meu livro por esses eventos", explica ao JORNAL DA PARAÍBA o autor de Martírio dos Viventes, título lançado pela Editora da UFPB que já está na sexta edição.
Segundo Cavalcante, que é professor de história das redes públicas de ensino de Campina Grande e Currais Novos (RN), o romance já vendeu mais de 10 mil exemplares nas festas e feiras literárias de que participou, custeando as despesas do seu próprio bolso.
"Viajo por conta própria: de ônibus, de avião, a pé. Fico cerca de oito horas no sol quente, em cima dessa plataforma de umburana", diz mostrando a estrutura de madeira que ele mesmo talhou (veja foto), na qual guarda seu lanche e usa como chamariz para um público que já reconhece seu 'personagem' de longe.
"Esse sertanejo que criei representa a cultura de nosso povo.
Quero levar nossa história de sofrimento e coragem para o Brasil", conta Paulo, representante da pequena caravana de paraibanos que foi à Fliporto carregando seus livros debaixo do braço.
Na Tenda dos Autores, na tarde do domingo, dois deles se encontraram para autografar seus livros: Marcílio França e Andrea Nunes, que assinam, respectivamente, A Cegueira da Justiça (Editora Fabris) e O Código Numerati: Conspirações em Rede (Editora All Print).
No mesmo dia, pela manhã, Pamarí Lucena esteve também no espaço, lançando seu livro de crônicas Nem Aqui, Nem Ali, Nem Acolá (Edições Bagaço).
Segundo Andrea Nunes, os três são exemplos do vigor de uma nova literatura regionalista que tem sido escrita na Paraíba: "Este novo regionalismo abandona um pouco da crítica social, mas ainda tem o Nordeste como cenário", observa a escritora que, como Marcílio França, também atua na área do direito. "O direito tem se mostrado bastante aberto para a literatura e mesmo as artes plásticas", ressalta França.
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