Pastor militar e artista plástico expõe na capital

Disciplina militar, fé e prazer artístico. O poeta, escritor e pastor Pedro Tadeu de Souza Maia não perde tempo. Aprendeu durante o serviço no exército a usá-lo como aliado. Estabelece prioridades, organiza a agenda e o resultado disso é a produtividade.

Um curioso assumido e de mão cheia, ele 'cascavia' tudo. "Na rua eu estico a mão pra receber todo tipo de panfleto e cartaz que me oferecem. O grande valor da vida hoje é informação, com isso a gente sai na frente", comentou, em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA.

O carioca é cidadão campinense e já vive há 31 anos no Estado. Inspirado nas belezas naturais da Paraíba, ele abre hoje, na Fundação Casa de José Américo, em João Pessoa, às 19h, a exposição Multiplicidades. Nos 15 trabalhos em óleo sobre tela o artista tenta transmitir a mensagem de termos que valorizar o que a cidade possui de melhor.

A exposição fica aberta ao público até o dia 18 com entrada gratuita. Num dos trabalhos, ele resgata a praia do Cabo Branco de alguns anos atrás, menos degradada. Também mostra num painel o suspiro à beleza do pôr-do-sol do Jacaré, em Cabedelo.

Começou a estimular o trato com a pintura nos últimos sete anos, depois da aposentadoria, incialmente como hob- by. Mas o gosto pelas letras ele desenvolve desde criança, aos onze anos de idade.

Com três livros de temas variados, hoje apresenta ao público a quarta obra, A identidade da Igreja - missão, foco e crises (independente, R$ 15,00, 100 páginas), no qual fala sobre como as instituições religiosas enfrentam uma crise em relação ao seu papel no mundo atual. "Elas deveriam ser amparo espiritual. Mas hoje vemos a mercantilização de várias delas, em todas as denominações", disse.

Pedro acredita que as igrejas têm que influenciar a sociedade e ser modificadora da postura do ser humano, seja em relação à violência ou a temas que gerem debate, reflexões que têm resultado dos anos como promotor de missões religiosas.

Como escritor já assina outros dois livros de poesia na carreira, Vertentes (2005, independente, R$ 10,00) e Poemas de Gesso (2007, independente, R$ 10,00). O outro trabalho também é religioso Missões pra Começar (2009, independente, R$ 10,00).

No ano que vem pretende lançar um de crônicas. O material já está pronto, sendo cerca de 60 textos, com temas diversos e inspirados até na recente morte de Steve Jobs. "Escrever é a forma de me comunicar, é minha opinião para o mundo."

Com esse espírito polivalente e num ritmo particular, mas constante, que Tadeu segue atento e produzindo. Tudo para evitar a desgradável sensação de ter ficado para trás.