CULTURA
Patrícia Rocha: a apresentadora que dá bom dia aos paraibanos
Natural de Juiz de Fora (MG), jornalista acorda cedo para levar aos paraibanos as primeiras notícias do dia.
Publicado em 27/09/2015 às 11:03
Duas e quarenta e cinco da madrugada. O despertador toca pela primeira vez. Na verdade, ainda não é hora de acordar; é apenas um alerta. A partir daí, a função soneca do celular administra o tempo. Até que, às 3h15, o alarme definitivo ecoa pelo quarto. É o momento de pular da cama e correr para o banho. Cada minuto é valioso e as etapas são cronometradas. A roupa que vai vestir está separada desde a noite anterior. As chaves, a bolsa e tudo mais que precisa carregar ficam a postos sobre a mesa. É pegar e correr. E assim começa a rotina da jornalista Patrícia Rocha, de segunda a sexta-feira.
Apresentadora desde 2011 do Bom Dia Paraíba, exibido pelas TVs Cabo Branco e Paraíba, ela revela que é bastante dorminhoca. Contudo, não reclama da maratona que enfrenta diariamente, antes mesmo de o sol nascer. “Consigo dormir por volta das 19h. Não acordo sofrendo. Levanto feliz da vida, cheia de disposição”, garantiu. A jornalista é a primeira a chegar à redação da afiliada Rede Globo, em João Pessoa. Além de apresentar, ela é editora-chefe do programa. Logo, precisa se inteirar dos fatos, revisar todas as matérias para, às 6h, entrar no ar ao vivo, levando informações precisas aos paraibanos.
Os telespectadores podem não acordar tão cedo como Patrícia, mas muitos deles falam que é dela o primeiro bom-dia que recebem. “Ouço muitas histórias. Alguns contam que colocam a TV para despertar na hora do programa para começarem o dia nos assistindo. Outros dizem que tomam café da manhã comigo. E isso é muito bacana, pois sinto que eles não só recebem o que informamos como também nos acolhem”, disse. Esses relatos levam a apresentadora a refletir bastante sobre seu trabalho e a forma como ele atinge as pessoas. “Nosso objetivo é fazer diferença na vida delas. Conseguir influenciá-las positivamente é um grande desafio. E, quando isso acontece, é nosso incentivo”.
A mulher segura de agora é bem diferente da Patrícia dos tempos de criança. Natural de Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais, ela lembra que foi uma garotinha tão tímida que precisou de apoio psicológico. “Eu roía tanto as unhas, que chegava a sangrar as pontas dos dedos. Até que minha mãe me levou a uma especialista e ela sugeriu que eu fosse matriculada em um curso de teatro para eu me soltar mais”, lembrou. A menina não só se soltou como se tornou atriz. Chegou a estrelar espetáculos, representando personagens clássicos, a exemplo de Chapeuzinho Vermelho, e outros bem curiosos, como uma arraia, um gato e um padre.
Na adolescência, quando cursava o Ensino Médio, decidiu que queria estudar em uma escola de artes dramáticas no Rio de Janeiro. A mãe dela, no entanto, foi contra a ideia. Aí Patrícia descobriu que o diretor de uma grande companhia mineira de teatro era professor no curso de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora. Para estar perto dele, ela optou por estudar Jornalismo. “Até a metade do curso, eu não sabia bem o que queria fazer da vida. Só quando começaram as disciplinas mais práticas foi que me encontrei”, explicou.
Logo vieram os estágios. O último deles, quando estava na reta final da graduação, foi na TV Panorama, antiga afiliada Rede Globo em Juiz de Fora. Por lá, ela conheceu um colega de trabalho bastante especial: o jornalista mineiro Bruno Sakaue. Os dois se aproximaram e começaram a namorar. Em 2009, um ano após o início do relacionamento, ele recebeu uma proposta tentadora: mudar-se para João Pessoa, a fim de assumir a apresentação do JPB 1ª Edição, na TV Cabo Branco.
Patrícia se empolgou com a ideia, pois viu a possibilidade de vir para a Paraíba com ele e, por aqui, buscar novos horizontes profissionais. “Em uma semana, pedimos demissão, colocamos as malas no carro e viajamos para a Paraíba. Foi uma loucura”, contou, entre risos. Em solo pessoense, ela viveu experiências breves em outras empresas até ser chamada para integrar a equipe da TV Cabo Branco.
O casal se estabeleceu na cidade e virou referência na telinha paraibana. Em abril de 2011, os dois deram um pulinho em Minas Gerais para uma ocasião especial: pertinho dos familiares, eles subiram no altar e oficializaram a união. Dois anos depois, a dupla, tão acostumada a apresentar reportagens, recebeu a melhor notícia de todas: Patrícia estava grávida. Em pleno domingo de Páscoa, em 2014, nasceu o pessoense Lucas. “Sabemos que o mundo tem muita coisa triste e temos que contar muitas histórias que não queríamos. Mas meu filho é o avesso de tudo isso, ele me faz lembrar que Deus existe. E isso me leva a ser uma pessoa melhor e querer lutar por um mundo muito melhor para ele”, destacou, emocionada.
Hoje, embalada pela felicidade plena que compartilha em família e pelo sucesso na TV, a mineira assegura que é uma mulher realizada e que não poderia estar em outro lugar que não fosse a Paraíba. “Os melhores presentes que recebi na vida foi este Estado que me deu. Casei em Minas, mas meu relacionamento foi construído aqui. Minha trajetória profissional também começou a acontecer aqui. E, meu filho, que é a coisa mais preciosa que tenho, é paraibano. Sou grata por tudo e sei que aqui é o meu lugar”.
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