CULTURA
Paulo Costta conta como musicou os poemas da irmã de Caetano e Bethânia
Poemas produzidos pela educadora são musicalizados por Costta no disco 'Meu Recôncavo-Samba e Poesia'.
Publicado em 18/12/2015 às 10:00
Quando era criança em Santo Amaro da Purificação, no interior da Bahia, o músico Paulo Costta era um garoto tímido e introspectivo. Na época, a professora Mabel Velloso foi o primeiro adulto fora da minha família que ele confiou. “Ela foi a única que me achou normal”, relembra.
Décadas depois, os poemas produzidos pela educadora são musicalizados por Costta no disco Meu Recôncavo – Samba e Poesia (Sony Music), com participação dos irmãos da poetisa, Maria Bethânia e Caetano Veloso.
“Não foi bem uma ideia”, explica o músico sobre o projeto. “Em 2009, estava morando em Paris, quando eu vi na internet Mabel sendo entrevistada por (Antônio) Abujamra em Provocações. Para fazer uma homenagem a ela, dei de presente um de seus poemas musicados”, conta.
Depois, com a identificação da saudosa Santo Amaro em 'Anoitecendo', o músico adaptou também, mostrando a professora num dos aniversários da matriarca Dona Canô (1907-2012). Foi nessa ocasião que Mabel o intimidou a fazer o disco. “Eu encarei como uma lição de casa”, analisa.
Costta conta que a única condição imposta pela professora foi que o poema 'Lua cheia' fosse uma valsa. “O restou eu deixei meu coração e intuição mandar: 'Coração safado' é um maxixe, 'Cigarra' me remeteu logo a 'Assum preto', do Luiz Gonzaga...”
O convite a Caetano, que interpreta o samba de roda 'Se eu tivesse uma casa', foi “deixado” com Mabel, que o “intimou” sozinho num quarto com uma fita demo. Já Bethânia escolheu dois poemas – 'Voando para sonhar' e 'Amargura' – para abrir e fechar Meu Recôncavo em forma de declamações.
Completam o clã artístico Moreno Veloso ('Anoitecendo') e Belô Velloso ('Meu recôncavo'), sobrinho e filha da professora, respectivamente.
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