CULTURA
Peça ‘Ariano’, escrita por Astier Basílio, estreia na Paraíba
Astier Basílio, do Jornal da Paraíba, e Gustavo Paso resolveram contar jornada pessoal de Ariano Suassuna encontrando seus próprios personagens.
Publicado em 28/03/2010 às 11:17
Renato Félix
Do Jornal da Paraíba
O personagem-título é paraibano, o autor vive em João Pessoa, mas só agora a peça Ariano chega à Paraíba. A fantasia envolvendo o autor de O Auto da Compadecida será apresentada em Taperoá, cidade natal do escritor, em praça pública (em frente à Igreja Nossa Senhora da Conceição), às 15h.
João Pessoa terá duas apresentações: terça (30) e quarta (31), no Teatro Paulo Pontes, ambas às 20h30 - além de uma na quarta, às 16h, para alunos de rede pública. São exibições gratuitas, mas com senhas distribuídas duas horas antes da sessão.
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A peça foi escrita por Astier Basílio, da equipe do JORNAL DA PARAÍBA, e pelo diretor do espetáculo, Gustavo Paso. “A gente tinha um ponto de partida: trabalhar em cima dos poemas de Ariano”, lembra Basílio, que foi a Recife para as duas apresentações de Ariano na capital pernambucana. “Mas montar poema é muito difícil porque não tem ação, não tem narrativa. Eu senti falta de contar uma historinha”.
A dupla resolveu, então, contar uma jornada pessoal de Ariano (interpretado por Gustavo Falcão) encontrando seus próprios personagens. “Peguei o modelo da Divina Comédia adaptando para a obra de Suassuna”, conta o autor. “Então pensei: ‘Qual seria o paraíso de Ariano?’. Encontrar o pai (João Suassuna, governador da Paraíba de 1924 a 1928), que foi assassinado quando ele tinha três anos”.
Ariano estreou no Rio de Janeiro em 2007, ano que Suassuna completou 80 anos. Recebeu críticas positivas até da temida Barbara Heliodora e, desde o começo, havia a expectativa natural de que viesse a ser apresentado na Paraíba. “Toda a encenação se passa na Paraíba: há referências a Taperoá e a Campina Grande, e em termos paraibanos”, conta Astier.
Através de Ariano, Astier mudou até a maneira de ser escritor e jornalista. Por um lado, passou a se dedicar à ficção, preparando trabalhos ainda inéditos. Por outro, resolveu estudar e pesquisar teatro e se dedicar ao tema - como tem sido visto aqui no caderno Vida & Arte.
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