CULTURA
Peças em cartaz nesta sexta em JP dialogam com o público
Público poderá assistir nesta sexta-feira (11) as peças "Hysteria", na Escola Piollin, e "Fragmentos de Vidas Divididas", no Departamento de Teatro da UFPB.
Publicado em 11/09/2009 às 8:46
Astier Basílio
Do Jornal da Paraíba
João Pessoa recebe, nesta sexta-feira (11), dois espetáculos que possuem, em comum, uma proposta estética cuja dimensão primordial é dialogar diretamente com o público. Hysteria, montagem do Grupo XIX, de São Paulo, e Fragmentos de Vidas Divididas, do ator, encenador e dramaturgo ítalo argentino Norberto Presta são espetáculos que instigam o espectador, que o fazem pensar.
Para quem gosta de referências, aí vão algumas. Hysteria catapultou o grupo XIX à linha de frente da cena teatral brasileira, rendeu uma indicação ao prêmio Shell, além de ter sido considerada revelação teatral pela Associação Paulista de Críticos de Arte.
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Com atuações na Europa, Argentina e Brasil, Norberto Presta participou, no ano de 1989, do International School of Theatre Anthropology, dirigido por ninguém menos que Eugenio Barba, uma lenda viva do teatro em todo mundo. Presta, aqui no Brasil, dirigiu O que seria de nós sem as coisas que não existem, com o grupo Lume, de Campinas.
A apresentação de Hysteria, que será na Piollin às 15h, integra a programação do Palco Giratório, do Sesc. A direção é de Luís Fernando Marques. O texto foi baseado em documentos de hospícios femininos do século XIX. Mas, qual é o ponto de intersecção com a realidade hoje que esta encenação pode ter? Ao falar da condição feminina no passado, Hysteria mostra de que maneira a sociedade machista procurou punir a mulher que transgredisse a ordem vigente.
O que é ter nascido na Argentina, mas antes de se tornar italiano, ter sido clandestino na Itália e ilegal na Alemanha? Todas estas questões referentes à identidade e, mais do que isso, ver as relações sociais e políticas que se contradizem no que venha ser a nova ordem mundial. É sob este viés que Norberto Presta constrói o seu Fragmentos de Vidas Divididas a partir de suas próprias experiências.
A apresentação acontecerá a partir das 20h na Sala Preta, do Departamento de Teatro, na UFPB. A entrada é franca e as senhas para entrada devem ser retiradas no local com pelo menos uma hora de antecedência. Amanhã o espetáculo será apresentado na Estação Cabo Branco às 19h também com entrada franca.
“A peça não nasceu de uma forma premeditada, surgiu como uma necessidade escondida, a necessidade de reconhecer-se a partir da própria história e, assim, reconhecer o outro; reconhecendo quem não conhecemos, mas em quem nos reconhecemos. Reconhecer a própria história na história do outro, mesmo que cada um tenha a sua própria”, explicou Presta.
A apresentação integra a programação do I Encontro Nacional Cultura e Tradução, organizado pelo Programa de Pós-graduação em Letras (PPGL) da Universidade Federal da Paraíba. A ida do espetáculo à Paraíba conta com o apoio ainda do Coletivo de Teatro Alfenim.
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