Pedro Luís lança primeiro CD solo

No meio do caminho tinha uma Parede. Mas Pedro Luís não precisou derrubá-la para arquitetar um projeto solo cujo primeiro tijolo acaba de ser cimentado: Tempo de Menino (Universal, R$ 24,90), disco que dá vazão à verve autônoma de um artista com quase 30 anos de uma carreira compartilhada com nomes como Ney Matogrosso, na companhia de quem se consagrou em Vagabundo (2004).

“O álbum solo é uma demanda particular. Compreendo que há sempre a expectativa de que, quando um artista de ambições coletivas parte para a carreira solo, os projetos paralelos se acabem, sejam abandonados, mas é justamente o contrário”, explica o cantor e compositor à frente também do Monobloco, banda na qual Pedro Luís, com sua compleição mirrada e cavanhaque de D'artagnan, destaca-se de uma leva de mais de 20 integrantes.

“A Parede e o Monobloco, sem qualquer trocadilho, já estão com trabalhos solidificados”, brinca Pedro Luís. “A gente já tem uma sede (A Plap Produções, encampada no bairro do Botafogo, da Zona Sul carioca) e nossas carreiras vão muito bem, obrigado”.

As parcerias, porém, não foram de todo abandonadas neste registro que contou com a colaboração de figuras como a esposa Roberta Sá (em 'Os beijos'), Milton Nascimento (em 'Imbora') e Erasmo Carlos (na faixa que dá título ao CD).

O dueto com o tremendão ganha as prateleiras quase que ao mesmo tempo que Sexo (Coqueiro Verde, R$ 22,90), álbum que marca os 70 anos de Erasmo Carlos que, segundo Pedro Luís, é um mito da Tijuca, bairro celebrado pela letra da música.
"Gravamos juntos ano passado e foi uma baita coincidência esta história de ele estar comemorando este marco da sua trajetória. Fica como minha homenagem", afirma Pedro.