Pernambucano 'Sangue Azul' entra em cartaz no CinEspaço

Um homem-bala que foi separado da irmã na infância devido ao temor da mãe de que os dois se apaixonassem. Esse é o ponto de partida para o longa-metragem Sangue Azul (Brasil, 2014), terceira ficção do pernambucano Lírio Ferreira (de Árido Movie) que estreia nesta quinta-feira no CinEspaço, em João Pessoa.

“As pessoas ficam chocadas com uma cena de sexo, mas não ficam quando alguém dá um tiro em outro ou quando um personagem de blockbuster americano mata 180 pessoas”, criticou o diretor ao JORNAL DA PARAÍBA, quando o filme foi exibido no final do ano passado, durante o Fest Aruanda. “A minha intenção nunca foi a de escandalizar e acho que as pessoas que se escandalizam deveriam começar a repensar a própria sexualidade”.

Totalmente rodado numa ilha de Fernando de Noronha (PE), o filme tem como protagonista Daniel de Oliveira (de Cazuza - O Tempo Não Para). “As pessoas acham que já conhecem Daniel pelo que estão acostumadas a vê-lo fazer na televisão, e é bacana quando elas percebem uma outra dimensão deste ótimo profissional”, elogiou Ferreira.

Com um clima totalmente circense, o realizador chegou a afirmar que Sangue Azul é o seu Amarcord, clássico dos anos 1970 do italiano Federico Fellini (1920-1993).
“Todo filme meu tem um quê de autobiográfico e de memória afetiva. Este circo é o circo da minha infância, o circo que me acostumei a amar”, relembrou um felliniano com sotaque nordestino.