CULTURA
Personalidades declaram amor a João Pessoa no dia do aniversário
Pessoenses que são referência nos meios esportivo, artístico, acadêmico e cultural falam sobre o que mais gostam na cidade e o que desejam para seu aniversário.
Publicado em 05/08/2009 às 9:12
Karoline Zilah
Com Ramon Costa, especial para o Paraíba1
No aniversário de João Pessoa, o Paraíba1 conversou com observadores do cotidiano da cidade e algumas personalidades que levam o nome da Capital paraibana consigo por todo o Brasil. No bate-papo, essas referências comentaram o amor que sentem pela terra natal.
RENATA ARRUDA
Nem todo mundo sabe, mas a cantora Renata Arruda representa a Paraíba desde criança como atleta. Nascida em João Pessoa, ela competiu pela terra como atleta da Federação Paraibana de Tênis e, na carreira artística, transformou sua voz em ícone local como intérprete da canção “Porta do Sol”.
Qual é o seu lugar favorito na cidade?
A Ponta do Seixas. Ela é a minha fonte de energia.
Na sua voz, a música “Porta do Sol” é uma espécie de hino local. Interpretá-la foi uma homenagem?
Foi um presente que eu ganhei de Fuba, mas nunca imaginei que fosse virar um hino de João Pessoa. Fiquei muito satisfeita com o resultado e hoje levo a cidade nas minhas canções.
Quer dizer que, além de representar João Pessoa como cantora, você também a defendeu como atleta?
Sempre levei a bandeira da cidade junto comigo desde quando era atleta. Tenho orgulho de representá-la desde os 10 anos pelo tênis. Hoje só bato uma bolinha, mas não profissionalmente como foi um dia.
KAIO MÁRCIO
O nadador pessoense e iniciou profissionalmente na atividade com 15 anos e, ao longo da carreira, coleciona medalhas e índices em sua especialidade, o nado borboleta. No final de julho, ele integrou a equipe brasileira no Mundial de Esportes Aquáticos ocorrido na última semana em Roma, de onde voltou com o 4º melhor desempenho na modalidade.
Qual é o seu ponto favorito da cidade?
Gosto muito da praia de Cabo Branco. Lá eu fico à vontade e às vezes aproveito para treinar correndo na areia.
Mesmo representando o Brasil em competições nacionais e internacionais, você decidiu continuar residindo em João Pessoa. Por quê?
Desde pequeno moro aqui. É um lugar onde ficar perto dos meus familiares, onde tenho qualidade de vida. Optei permanecer por questões de segurança. Não temos aquele caos do Sudeste, não vemos grandes problemas com o trânsito.
O que significa para você levar a bandeira da Paraíba por competições em todo o mundo?
Fico muito feliz em representar a cidade e o estado, principalmente porque, como não temos tanto incentivo na natação, nós nos mostramos capazes de superar todas as dificuldades. Meu amor por João Pessoa me faz sentir entusiasmado para poder treinar mais e trazer mais conquistas para a cidade.
ROSSANA HONORATO
Arquiteta urbanista, Rossana Honorato voltou os olhares para a infraestrutura de João Pessoa e, em seus estudos, percebeu sua urbanização. Ela é autora de dois volumes da obra “Se essa cidade fosse minha” e, além de ser professora, atualmente é secretária adjunta da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de João Pessoa.
Qual é o cantinho que você tem mais prazer em ver na cidade?
O lugar que tem mais a cara da cidade é a Lagoa do Parque Solon de Lucena. Sempre que viajo e saio do aeroporto ou da rodoviária, o meu maior sentimento de que estou em João Pessoa é quando eu revejo a Lagoa.
Você escreveu o livro “Se essa cidade fosse minha” em dois volumes. Seu amor pela cidade é tão explícito assim?
Sou uma pessoa muito ligada à minha terra e à minha gente. Não sei explicar porque, mas essa relação é muito forte. O bairro da Torre é a minha base. A cidade tem um conjunto de valores que a tornam extremamente especial: nascemos entre o rio Sanhauá e o mar, e isso nos agracia com tanta luz, beleza e natureza.
Como arquiteta urbanista, o que você deseja para a cidade?
Meu desejo é que nós tenhamos a Lagoa da forma que a população gostaria: tê-la como um grande parque urbano onde se possa fazer usufruto de lazer. As pessoas que chamam de ingênua por causa do meu projeto: tenho desenhos particulares onde sonho com o reordenamento dessa região.
FLÁVIO TAVARES
Artista plástico também nascido em João Pessoa, Flávio Tavares consagrou-se na Paraíba e levou exposições ao exterior, sempre ressaltando em seus desenhos e pinturas a cultura regional. No ano passado inaugurou na Estação Ciência, Cultura e Artes a sua maior tela, “O Reinado do Sol”, a qual considera uma declaração de amor à sua cidade-natal.
Qual é o seu local favorito em João Pessoa?
O ponto mais encantador é a visão do rio Sanhauá, na região do Porto do Capim e do Varadouro. Lá surgiram os princípios do comércio, vida poética e da arquitetura pessoense.
Por que você escolheu o Varadouro como principal perspectiva para quem observa João Pessoa através de “O Reinado do Sol”?
Ali era o “centro do mundo” quando a cidade começou a se desenvolver. A minha geração não vivenciou aquela boemia, mas eu sempre ouvi as histórias fantásticas sobre o Porto do Capim, contadas nos cabarés e pelos poetas. A região fazia parte de uma elite da cidade. As grandes alfaiatarias, por exemplo, estavam lá.
No aniversário de João Pessoa, o que você deseja para a cidade?
Hoje eu luto para que aquela área seja revitalizada e que sua história seja resgatada. Sonho em reconstruir pedra por pedra os caminhos e as ladeiras que foram muito bem contados nas palavras de Walfredo Rodrigues, Gonzaga Rorigues, Lúcio Lins, Sérgio Castro Pinto, entre outros poetas que registraram o cotidiano pessoense.
GONZAGA RODRIGUES
Luis Gonzaga Rodrigues nasceu em Alagoa Nova e veio para a Capital para concluir seus estudos. Na escola, não chegou a terminar o antigo ensino ginasial, mas queria ser escritor. Cronista desde 1970, Gonzaga começou nos jornais como revisor em 1951. Atualmente é colunista do Jornal da Paraíba e há pouco tempo recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade Federal da Paraíba.
Qual é o seu local favorito na cidade?
O Ponto de Cem Réis, porque antigamente era o lugar onde a gente sabia de tudo. Hoje nós temos a Televisão, a internet e as informações se dispersaram. Antes, tínhamos a reunião de tudo num único lugar. Além das notícias, as pessoas se viam, se encontravam, havia o calor humano.
Tendo o senhor nascido em Alagoa Nova, o que João Pessoa representa? Por que a escolha da Capital?
João Pessoa sempre teve um chamamento que coincide com minha vocação. Aqui sempre tinha mais ofertas culturais, acesso a poetas, escritores, jornalistas.
O que significa ser considerado um dos responsáveis pela mudança do jornalismo na Capital e na Paraíba?
As pessoas dizem que fui eu, mas representei uma classe que pensava como eu, como estava na presidência da Associação Paraibana de Imprensa na época, pude colocar em prática os anseios da classe. Isso é muito importante pra mim.
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