icon search
icon search
home icon Home > cultura
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

CULTURA

Pétalas de espinho

Prestes a completar 90 anos, a 'Dama do Teatro Nordestino', Lourdes Ramalho, lança a segunda edição de Flor de Cacto: Viagem ao Ignoto.

Publicado em 19/04/2013 às 6:00


"A minha obra é o próprio Nordeste", diz a voz hesitante de Lourdes Ramalho ao telefone. Prestes a completar 90 anos, a 'Dama do Teatro Nordestino' visita o passado ao lançar a segunda edição de Flor de Cacto: Viagem ao Ignoto (Eduepb, 98 páginas, R$ 15,00), livro que compila poemas de sua juventude tendo a Fazenda São Domingos (em Santa Luzia) como cenário.

"Devo ter escrito estes versos lá pelos 25 anos e, desde então, tudo permanece igual, até a seca", prossegue a autora, que confirma sua participação no sarau de lançamento que acontece hoje, às 17h, na Secretaria de Cultura de Campina Grande (no antigo Museu de Arte Assis Chateaubriand).

Preocupada com a região que abrigou parte de sua vida e quase que a totalidade de sua obra, Lourdes perturba-se ao falar do Sertão: "Os governos não estão nem aí para o Sertão. Quando a gente pensa que uma obra primordial como a da transposição do Rio São Francisco vai seguir, eles esbarram".

Prefaciado pelo desembargador Luiz Silvio Ramalho Júnior (filho da dramaturga) e organizado e introduzido por Josenilda de Souza Diniz, Flor de Cacto reúne composições antigas como 'O poço', 'Água nova' e 'O vaqueiro', que tratam do sofrimento e da felicidade dos sertanejos e só vieram a lume em 1972, por iniciativa de José Américo de Almeida (1887-1980): "Eu faço uma verdadeira odisseia da chuva, escrevendo sobre a loucura que o nordestino tem pela água de que todos nós precisamos".

Autora de mais de 100 peças, Lourdes Ramalho começou a escrever poesia influenciada pelo bisavô, Antônio Ugolino Nunes da Costa (1832-1892), um dos primeiros poetas populares brasileiros.

"Ele não era vivo quando eu nasci, mas a mãe dele, minha avó, me criou contando tudo sobre ele e declamando todos os seus versos", lembra a descendente que se dedicou a estudar a história de sua família e promete, ainda este ano, a publicação de Nordeste Judeu, resultado de uma pesquisa que fez sobre as raízes judaicas de seus antepassados.

"Todo o Nordeste está impregnado do judaísmo. Eu mostro que todo nordestino é um pouco judeu, comprovando esta teoria a partir dos nossos sobrenomes. O livro está pronto e deve sair dentro de dois meses, porque a editora está cheia neste momento", explica, referindo-se à Editora da Universidade Estadual da Paraíba (Eduepb), que publica seus títulos pelo selo Latus.

Animada com a repercussão da peça Anáguas, adaptação da Cia. Oxente que venceu o 19º Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga (CE), no ano passado, Lourdes finaliza a entrevista dando um palpite sobre o porquê de seus textos continuarem tão populares: "As coisas que são feitas com verdade nunca deixam de tocar as pessoas", conclui a voz da experiência.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp