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CULTURA

Piollin leva "Vau da Sarapalha" e "Gaivota" a Monteiro

Grupo faz roteiro pela Paraíba para comemora aniversário de 30 anos, levando a municípios do interior as montagens de "Vau da Sarapalha" e "A Gaivota - alguns rascunhos".

Publicado em 20/03/2009 às 12:42

Astier Basílio

Diálogo. Esse tem sido o aspecto mais importante da viagem que o Piollin Grupo de Teatro vem fazendo pelo interior da Paraíba, apresentando os espetáculos do repertório da companhia, “Vau da Sarapalha” e “A Gaivota (alguns rascunhos)”, sempre abrindo um debate com a plateia ao final de cada apresentação. Nesta sexta e sábado (20, 21 de março) é a vez da cidade de Monteiro receber o grupo Piollin.

Conheça a agenda cultural do Paraíba 1 com opções para este fim de semana.

As apresentações fazem parte do projeto Piollin 30, que tem patrocínio da Petrobras. Os ingressos serão vendidos a preço popular, R$ 6 (inteira) e R$ 3 (estudante, força de trabalho com crachá e cliente com o cartão Petrobras). O espetáculo A gaivota (alguns rascunhos) será apresentado no Clube Municipal, às 20h30 na sexta-feira (20) e Vau da Sarapalha no Theatro Jansen Filho, às 21h no sábado (21).

“Não importa muito o sentido do que nós quisemos dizer com esta ou aquela cena, o importante é que o público possa fazer suas leituras, depreender sentidos e completar por si próprio as metáforas do espetáculo”, avaliou Haroldo Rego, diretor da peça A Gaivota (alguns rascunhos), montagem de um texto do escritor russo Anton Theckov.

“Utilizamos apenas 25% do texto, mantivemos o que era essencial”, afirma Haroldo que agora integra o Piollin Grupo de Teatro não mais como diretor convidado e sim, como encenador da companhia.

A Gaivota (alguns rascunhos) estreou em 2006. Integrou a mostra oficial de teatro do Festival de Curitiba, em 2008, já apresentações em vários estados, a exemplo de São Paulo, Rio de Janeiro. A peça conta a história de jovem escritor Konstantin (Thardelly Lima) que se sente abandonado pela mãe, a atriz Arkádina (Everaldo Pontes). Para complicar a situação, um escritor consagrado, Trigorin (Nanego Lira) que era amante de Arkádina, abandona-a por causa de Nina (Ana Luísa Camino), grande paixão não correspondida de Konstantin.

Embora, à primeira vista, o enredo nos leve a crer, “A gaivota” não é uma pessoa sobre as relações pessoais e amorosas. Há um conflito entre o “novo e o velho” o tempo todo. A peça tem início com o ator Buda Lira, que interpreta os personagens doutor Dorn e o irmão de Arkádina, falando sobre remédios. O espetáculo tem esse aspecto metalinguístico em que os atores entram em cena não só interpretando seus personagens, mas também mantendo uma relação direta com o público.

Marco no teatro brasileiro, o espetáculo “Vau da Sarapalha”, de 1992, é baseado no conto de Guimarães Rosa. Primeiramente, Luiz Carlos Vasconcelos pensou em realizar um filme contando a história de dois primos confinados no sertão em meio a uma epidemia de febre.

“Como tinha um cachorro, como personagem, eu vi aquilo como um problema. Com a maturidade eu percebi que um ator poderia interpretar o cachorro e isso poderia ser para teatro, que era a minha praia”.

Sobre a adaptação do conto, Luiz Carlos informa que houve algumas modificações. O conto, segundo o diretor, é uma obra literária perfeita, mas sem muita mobilidade teatral.

“No conto a velha Ceição é somente citada três vezes. Ninguém sabe onde ela está o que ela está fazendo. Isso foi o nosso gancho. A gente criou uma história para a velha. Ela lida com o encantamento e conhecimentos ancestrais e ela no início percebe que vai haver uma separação e tenta impedir. Por isso ela vai de um canto a outro dando uma movimentação ao espetáculo que o conto não tem”.

O projeto Piollin 30 anos já se apresentou em Bananeiras e na semana que vem visitará a cidade de Campina Grande.

Imagem

Jornal da Paraíba

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