CULTURA
Poetas também vendem
Quase uma máxima entre editores e poetas, a ideia de que "poesia não vende" parece estar mudando: o insuspeito sucesso de Toda Poesia.
Publicado em 02/02/2014 às 6:00
"Poesia é ouro sem valia", rimou certa feita Ferreira Gullar. Quase uma máxima entre editores e poetas, a ideia de que "poesia não vende" parece estar mudando: o insuspeito sucesso de Toda Poesia (Cia. das Letras, 424 páginas, R$ 46,00), que derrubou o fenômeno 50 Tons de Cinza, de EL James, na lista dos mais vendidos do ano passado, sacudiu o mercado.
"Leminski ter voltado a ser um best-seller com a obra reunida, vendendo mais de 70 mil exemplares e surpreendendo os próprios editores, foi uma loucura para o mercado", constata o poeta Reynaldo Damazio, que foi revisor da Brasiliense, editora que publicou originalmente as quatro pequenas biografias feitas pelo bigodudo relançadas agora pela Cia. das Letras sob o título de Vida (Cia. das Letras, 392 páginas, R$ 46,00).
Na esteira do derradeiro êxito de Paulo Leminski (1944-1989), a editora aposta agora em outro nome ligado à Geração Mimeógrafo e da Poesia Marginal: a carioca Ana Cristina Cesar (1952-1983), que teve uma passagem breve pela literatura, interrompida pelo suicídio aos 31 anos, quando se atirou da janela de um apartamento no bairro de Copacabana.
Fora de catálogo, seis livros, entre coletâneas de poemas e correspondências publicados em vida e postumamente, estão reunidos em Poética (Cia. das Letras, 504 páginas, R$ 48,00), nas livrarias.
Mas, contrariando a canção, poeta bom não é só poeta morto: perto do centenário do sul-matogrossense Manoel de Barros, a editora LeYa Brasil lançou uma caixa com todos os seus livros: a Biblioteca Manoel de Barros (LeYa Brasil, 912 páginas, R$ 179,00) inclui o poema inédito 'A turma' (leia, ao lado de outros poemas divulgados pelas editoras, no box abaixo).
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