CULTURA
Pós-gospel dispensa catarse religiosa
Sem fazer do show um culto com catarses religiosas, a apresentação da Tanlan foi a melhor da conferência Oxigênio.
Publicado em 06/10/2012 às 6:00
“O dono do lugar se impressionou quando viu que a gente não dava prejuízo no bar”, afirma Fernando Garros, baterista da banda gaúcha Tanlan.
O relato é de quando os rapazes certa vez foram convidados a tocar num bar, no Maranhão. Por lá, fizeram o show, agradaram o público e surpreenderam o dono do local.
Sem fazer do show um culto com catarses religiosas, a apresentação da Tanlan foi a melhor da conferência Oxigênio, tocando num espaço menor, para 300 pessoas.
Refrões como “O amor, louco é o amor / Desfaz a dor transformando tudo / O amor, não há outro / Como o amor mais louco do mundo” mostram o que a banda quer dizer, para o bom entendedor.
Com influência do rock de refrões pop de bandas como Foo Fighters e Switchfoot, a Tanlan chega ao seu 2º álbum, Um Dia a Mais, em 2012. O disco está disponível para ouvir gratuitamente no site www.tanlan.com.br.
Rayssa Ares, 25, relações públicas de João Pessoa que estava presente na conferência, afirma que o som de bandas como Tanlan e Leeland a agrada mais que o gospel que chega ao topo das rádios. “Elas me fazem sentir uma sede de refletir, de fazer coisas novas”, ressaltando o fato de encontrar mais poesia e menos clichês no som das bandas presentes no evento.
Zé Bruno, vocalista da banda Resgate que tem mais de 20 anos de estrada, publicou texto no Facebook elogiando a Tanlan, logo após a Oxigênio. Criticando o saturado mercado gospel de soluções fáceis, parodiou Arnaldo Antunes, sendo esperançoso sobre o que vem por aí: “Cópia, versão, fé, enlatados / Revelação, mais unção, e o pré-fabricado / Mexas, bárbies, clipes, relógios dourados / Tiques, Sarzedas e Disney, auditório animado / Mas o pulso ainda pulsa (graças a Deus) / O pulso ainda pulsa”. (Especial para o JP)
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