CULTURA
Programação do Arraiá de Cumpade tem espaço reservado para religiosidade
Casa da Rezadeira e capelinha da Divina Vila trazem o folclore do sertanejo.
Publicado em 09/05/2018 às 18:44 | Atualizado em 11/05/2018 às 10:31
Durante o mês de junho, acontece a oitava edição do Arraiá de Cumpade. Neste ano, Alceu Valença, Santanna, Ton Oliveira, Sirano & Sirino, Fulô de Mandacaru e Eliane integram a programação musical. Além disso, o Arraiá tem um espaço reservado para a tradição religiosa. Segundo o criador da parte cultural do evento, João Barreto, as rezadeiras tinham um papel muito importante no sertão do estado. "Elas curavam com o poder das plantas medicinais e sua fé".
As rezadeiras cuidavam dos cidadãos com sua medicina alternativa nos lugares mais distantes da capital e dos grandes centros, como o Sertão da Paraíba. "As pessoas recorriam a este tipo de tratamento pela carência de dinheiro e pela falta de condições para levar o doente para os grandes centros onde existia a medicina tradicional", explicou Barreto. Já que faltava acesso, este tipo de medicina alternativa estava sempre presente na casa dos sertanejos.
Festa da Colheita
Além das rezadeiras, a religiosidade é forte neste período porque é o mês em que se comemora os dias de Santo Antônio, São João e São Pedro. Este último responsável pelas chuvas, como diz a tradição. Isso significa que, apesar de ser uma festa de grande religiosidade, é uma festa que comemora a colheita. João explica que junho é tradicionalmente um época de festa porque chovia e garantia a fartura. "Era uma época em que as pessoas até marcavam casamentos, porque com fartura os porcos tinham como engordar, tinha colheita de milho, jerimum e maxixe, por exemplo", disse.
Casa da Rezadeira
Já que é um tradição do folclore paraibano, as rezadeiras e toda a religiosidade presente nas comemorações juninas têm espaço garantido no Arraiá de Cumpade, com a Casa da Rezadeira e a Capelinha da Divina Vila. "estão presentes para trazer este folclore autêntico. Junto com as rezadeiras, tem o brilho e a magia das apresentações de danças religiosas, como os ternos da paraíba, que era dançada em agosto em Santa Luzia".
Dona Aurinha, uma agricultora de 70 anos, é a rezadeira responsável pela Casa da Rezadeira. "Ela passa o sincretismo religioso para as pessoas que entram na Casa das Rezadeiras", contou João Barreto. Lá, ela passa as rezas contra olhado, engasgo, espinhela caída, dores e outras mais.
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