CULTURA
Quadrinhos feitos no Brasil começam a sair da prancheta
Acompanhando a enxurrada de lançamentos no cenário atual, quadrinistas paraibanos revelam seus novos trabalhos para 2015
Publicado em 25/01/2015 às 8:00 | Atualizado em 27/02/2024 às 18:15
Reflexo da produtividade vista no ano passado, uma enxurrada de lançamentos de quadrinhos feitos no Brasil já é sinalizada pelos movimentos nas pranchetas dos autores e nas divulgações, tanto no meio independente quanto pelas editoras.
Junto com essa nova onda, quadrinistas paraibanos estão colocando a mão na massa – ou seria no nanquim? – para apresentar neste primeiro semestre seus próximos trabalhos.
Veterano dos fanzines nos anos 1990 e com álbuns recentes como Piteco - Ingá (do selo Graphic MSP) e os independentes Azul Indiferente do Céu e Talvez Seja Mentira, Shiko está preparando uma adaptação do seu curta-metragem produzido pelo coletivo Filmes a Granel lançado em 2011, intitulado Lavagem.
“(O álbum) tem diferenças. É um roteiro mais completo, digamos”, explica. “Diferente do filme, no quadrinho eu tenho mais tempo para desenvolver melhor alguns elementos da trama e acrescentar outros”, aponta.
De acordo com o quadrinista, Lavagem tem previsão de lançamento para março. Será a segunda obra sob os cuidados da recém-criada Editora Mino, que publicou no ano passado L'Amour: 12 Oz, do paulista Luciano Salles.
Destaque no ano passado com sua HQ de estreia, Café, Gabriel Jardim já está produzindo sua segunda ficção longa, De Dentro da Couraça.
“Um cara está bebendo com amigos, num clima caloroso. Em contrapartida, uma bailarina que se mostra triste está se aprontando para um espetáculo”, descreve Jardim. “Eis que os dois terminam por se encontrar no elevador e ficam presos nele. A partir de então, seus mundos diferentes entram em conflito”.
O autor ressalta que se baseou em acontecimentos reais e na vontade de contar uma história melhor e de maneira diferente do que foi Café.
Assim como seu álbum de debute, De Dentro da Couraça será lançado de forma independente através do Catarse, plataforma de financiamento coletivo na internet. A intenção é arrecadar a verba em março e lançar a obra na 9ª edição do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), em Belo Horizonte (MG), no mês de novembro.
Apesar de não existir mais, sendo desativado em 2013, o Coletivo WC lançará o 3° volume da coletânea Sanitário.
“Diferente das outras edições, não tem ninguém de fora e selecionamos quadrinistas através de um edital”, afirma Thaïs Gualberto, que coordena o projeto ao lado de Igor Tadeu. “Serão 18 quadrinistas, a maioria iniciantes”.
Com o tema ‘A lenda voltou’, a nova Sanitário tem capa de John Monteiro (Cantilena) e apresenta histórias curtas de nomes como Shiko, Samuel de Gois (Filosofia de Banheiro), Mariana Sales (Marionete) e os seus organizadores.
Segundo Gualberto, o projeto também será lançado no Catarse em breve, com objetivo de participar do 9° FIQ, assim como Gabriel Jardim.
Por fim, depois de Parafusos, Zumbis e Monstros do Espaço (2013), o paraibano Juscelino Neco está preparando seu segundo álbum, que será produzido pela Editora Veneta no final do primeiro semestre: Anchovas e Outras Criaturas das Profundezas. “São quatro histórias que podem ser lidas individualmente, mas que formam uma grande história”.
Assim como em Parafusos..., Neco tem como marca registrada seu “humor extravagante”, que cita cultura pop, monstros japoneses, apocalipse, Lovecraft e Aluísio Azevedo.
Também pela Veneta, Juscelino Neco adianta que sairá o livro com base na sua tese de doutorado, que terá o título Como a Autobiografia Destruiu os Quadrinhos.
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